LinkAcidente vascular cerebral em serviço de emergência antes e durante a pandemia (covid-19): estudo de coorte retrospectiva

Publication year: 2022

Introdução:

No início dos sinais e sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), o serviço de saúde deve ser procurado com urgência. O tempo entre início de sinais e sintomas e a chegada ao hospital inferior a 4,5 horas permite ministrar terapêuticas de fase aguda, como a trombólise e, assim, melhorar o prognóstico clínico. A superlotação das emergências é um fenômeno global, dificultando o acesso rápido ao serviço de saúde e, consequentemente, impactando desfavoravelmente a evolução clínica dos pacientes. A pandemia mundial pelo SARS-CoV2 (COVID-19) agravou esse cenário, aumentando a demanda a serviços anteriormente já sobrecarregados. Há uma crescente busca em identificar a qualidade dos atendimentos, principalmente em tempo hábil, no período de pandemia; adicionalmente, investiga-se as possíveis relações entre COVID-19 e AVC.

Objetivo:

Comparar o processo de atendimento e a evolução clínica de pacientes com AVC atendidos em um Serviço de Emergência antes e durante a pandemia de COVID- 19.

Método:

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, o qual seguiu as recomendações Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), aninhado a um projeto matriz intitulado “Desfechos clínicos e gestão da assistência de enfermagem do paciente adulto crítico: Estudo Multicêntrico” (CAAE: 30797320.8.0000.5327). O estudo foi desenvolvido no Serviço de Emergência de um Hospital universitário de grande porte do sul do Brasil e a coleta de dados ocorreu por meio de uma query e revisão dos registros em prontuário. As variáveis quantitativas relacionadas aos tempos durante o atendimento no serviço de emergência (tempo para a triagem, tempo para consulta médica, tempo para exame de imagem e tempo até intervenção médica) constituíram-se no desfecho principal. Os dados foram analisados utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences®, versão 20.0, e iniciou testando a distribuição (teste de normalidade de Shapiro-Wilk). A descrição das variáveis numéricas foi feita por meio de mediana e intervalo interquartil. As variáveis categóricas foram representadas por frequência absoluta e relativa. Para a comparação entre os grupos (pré pandemia e durante pandemia) foram adotados teste de Mann- Whitney e de qui-quadrado, respeitando-se os pressupostos necessários para aplicação de cada um deles. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados:

Dentre os resultados apresentados, o tempo da entrada do paciente até o acolhimento e o tempo da entrada do paciente até a consulta médica foram maiores antes da pandemia. Por outro lado, o tempo do acolhimento até a consulta, o tempo porta-exame de imagem foram maiores durante a pandemia. Já os tempos entre a realização do exame de imagem até o laudo (p=0,156), da porta até a intervenção (p=0,882) e da porta até agulha (p=0,124) assemelharam-se entre os grupos.

Conclusão:

Há pequenas diferenças em alguns dos tempos intermediários que compõem o tempo total entre a chegada do paciente à emergência e a intervenção terapêutica específica para o AVC. Houve redução no tempo decorrido entre a chegada do paciente à emergência e o acolhimento, mas aumentou o tempo no qual o paciente ficou aguardando para a consulta com o médico, durante a pandemia.

Introduction:

At the beginning of the signs and symptoms of stroke, the health service should be sought urgently. The time between the onset of signs and symptoms and arrival at the hospital of less than 4.5 hours allows the administration of acute-phase therapies, such as thrombolysis, and thus improves the clinical prognosis. Overcrowding in emergencies is a global phenomenon and is not new, making quick access to the health service difficult and, consequently, having an unfavorable impact on the clinical evolution of patients. The global pandemic by SARS-CoV2 (COVID-19) has worsened the scenario, increasing demand for previously overloaded services. There is a growing quest to identify the quality of care, especially in a timely manner, during the pandemic period; additionally, the possible relationship between COVID-19 and stroke is investigated.

Objective:

Compare aspects related to care and the in-hospital evolution of stroke patients before and during the COVID-19 pandemic in an Emergency Service.

Method:

This is a retrospective cohort study, which followed the recommendations of Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), nested within a matrix project entitled “Clinical outcomes and management of nursing care for critically ill adults: Multicenter Study” (CAAE: 30797320.8.0000.5327). The study was developed at the Emergency Service of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and data collection took place through a query and review of medical records. Quantitative variables related to time during emergency service (time for triage, time for medical consultation, time for imaging and time until medical intervention) constituted the main outcome. Data were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences®, version 20.0, and the distribution was tested (Shapiro-Wilk normality test). Numerical variables were described using the median and interquartile range. Categorical variables were represented by absolute and relative frequency. For the comparison between the groups (pre-pandemic and during pandemic), the Mann-Whitney and chi- square tests were adopted, respecting the necessary assumptions for the application of each one. The significance level adopted was 5%.

Results:

Among the results presented, the time from the patient's entry to the reception and the time from the patient's entry to the medical appointment were longer before the pandemic. On the other hand, the time from reception to consultation, the time for the imaging exam were longer during the pandemic. The times between the imaging exam and the report (p=0.156), from the door to the intervention (p=0.882) and from the door to the needle (p=0.124) were similar between the groups.

Conclusion:

That there are small differences in some of the intermediate times that make up the total time between the patient's arrival at the emergency and the specific therapeutic intervention for stroke. There was a reduction in the time elapsed between the patient's arrival at the emergency and reception, but the time in which the patient was waiting for the first appointment with the doctor during the pandemic increased.

Introducción:

Ante el inicio de los signos y síntomas de Accidente Vascular Cerebral (ACV), se debe buscar con urgencia el servicio de salud. El tiempo entre el inicio de los signos y síntomas y la llegada al hospital de menos de 4,5 horas permite administrar terapias de fase aguda, como la trombólisis, y así mejorar el pronóstico clínico. El hacinamiento en las emergencias es un fenómeno global y no es nuevo, dificultando el rápido acceso al servicio de salud y, en consecuencia, repercutiendo desfavorablemente en la evolución clínica de los pacientes. La pandemia mundial por SARS-CoV2 (COVID- 19) ha empeorado el escenario, aumentando la demanda de servicios antes sobrecargados. Existe una búsqueda creciente por identificar la calidad de la atención, especialmente de manera oportuna, durante el período de pandemia; además, se investiga la posible relación ntre el COVID-19 y el ictus.

Objetivo:

Comparar aspectos relacionados con la atención y la evolución intrahospitalaria de pacientes con ictus antes y durante la pandemia de COVID-19 en un Servicio de Urgencias.

Método:

Se trata de un estudio de cohortes retrospectivo, que siguió las recomendaciones de Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), anidado dentro de un proyecto matriz titulado “Resultados clínicos y gestión de cuidados de enfermería para adultos en estado crítico: Estudio multicéntrico” (CAAE: 30797320.8 .0000.5327). El estudio se desarrolló en el Servicio de Urgencias del Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) y la recolección de datos se realizó a través de consulta y revisión de prontuarios. Las variables cuantitativas relacionadas con el tiempo durante el servicio de emergência (tiempo de triaje, tiempo de consulta médica, tiempo de imaginología y tiempo hasta la intervención médica) constituyeron el desenlace principal. Los datos fueron analizados utilizando el Paquete Estadístico para las Ciencias Sociales®, versión 20.0, y la distribución fue probada (prueba de normalidad de Shapiro-Wilk). Las variables numéricas se describieron mediante la mediana y el rango intercuartílico. Las variables categóricas se representaron por frecuencia absoluta y relativa. Para la comparación entre los grupos (prepandemia y durante la pandemia) se adoptaron las pruebas de Mann- Whitney y chi-cuadrado, respetando los supuestos necesarios para la aplicación de cada una. El nivel de significación adoptado fue del 5%.

Resultados:

El tiempo desde el ingreso del paciente a la recepción y el tiempo desde el ingreso del paciente a la cita médica eran mayores antes de la pandemia. Por otro lado, el tiempo desde la recepción hasta la consulta, el tiempo para el examen de imagen fue mayor durante la pandemia. Los tiempos entre el examen de imagen y el informe (p=0,156), desde la puerta hasta la intervención (p=0,882) y desde la puerta hasta la aguja (p=0,124) fueron similares entre los grupos.

Conclusión:

Existen pequeñas diferencias en algunos de los tempos intermedios que componen el tiempo total entre la llegada del paciente a urgencias y la intervención terapéutica específica del ictus. Se redujo el tiempo transcurrido entre la llegada del paciente a urgencias y la recepción, pero aumentó el tiempo en que el paciente esperaba la primera cita con el médico durante la pandemia.