Estimativa do custo dos serviços de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva por metodologia de micro custeio top-down versus bottom-up
Estimating the cost of Nursing services in Intensive Care Unit by methodology of top-down versus bottom-up micro-costing
Publication year: 2019
O objetivo desta investigação foi estimar o custo dos serviços de enfermagem no paciente em Unidade de terapia intensiva por metodologia de micro custeio top-down e comparar com o micro custeio bottom up. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, retrospectiva, em uma UTI adulto de um hospital de ensino terciário, de grande porte e alta complexidade no Estado de São Paulo. Foram incluídos pacientes internados em 2017, maiores de 18 anos, com primeira admissão na unidade e tempo de permanência igual ou superior a 24 horas. Os dados foram coletados por meio de relatórios disponibilizados pela instituição, que constavam as variáveis demográficas e clínicas dos pacientes; carga de trabalho da enfermagem mensurada pelo Nursing Activities Score, quantitativo de pessoal e recursos consumidos pelos pacientes e seus respectivos custos.
Foi desenvolvida uma metodologia de micro custeio em duas etapas:
a primeira relacionada a enfermagem com a abordagen top-down, onde os custos da enfermagem são alocados aos pacientes por meio de rateio e bottom-up, onde os custos da enfermagem são alocados individualmente aos pacientes considerando as horas reais estimadas pelo Nursing Activities Score. Para estimar o custo completo do paciente, durante a segunda etapa foram avaliados os cinco componentes de custo: mão de obra (medicina, fisioterapia e especialistas), consumíveis, medicamentos, exames diagnósticos e custos gerais (indiretos). Para verificar se houve variações nos custos de recursos humanos de enfermagem pela metodologia top-down para a bottom-up foi aplicado teste T-student pareado, considerando intervalo de confiança de 95%. Foram incluídos 286 pacientes, sendo o custo médio total dos serviços de enfermagem pela abordagem top-down de R$6.660 por paciente, para abordagem bottom-up o NAS médio total foi de 833 pontos (dp=776) que equivale a 200 horas (dp=186) de cuidado de enfermagem, com custo médio de R$ 6.038, sendo a diferença da média do custo total entre as duas abordagens de R$ 622,00. Os custos médios se diferiram significativamente entre os dois métodos de cálculo de custos (P <0,0001).O custo médio total com a Medicina foi de R$ 4.671,00; Fisioterapia de R$431,00; para especialistas de R$327,00. O custo médio total com consumíveis foi de R$1.217; medicamentos R$3.686; exames diagnósticos de R$1.424 e custos indiretos R$3.377, sendo o custo global por paciente em média R$ 2.369 por dia e custo médio total R$21.793. Custo com recursos humanos representou a categoria de maior custo com 55% para o custo médio total e a equipe de enfermagem foi a maior categoria de custo, representando 31% do custo diário e dos custos totais. A comparação entre os métodos top-down e bottom-up é uma contribuição sem precedentes para a gestão de custos hospitalares, uma vez que, dados precisos podem contribuir em análises da eficiência dos serviços e propostas de melhoria da qualidade
The aim this investigation was to estimate the cost of the nursing services in the patient in Intensive Care Unit by methodology of micro-costing top-down and to compare with micro-costing bottom up. For that, a descriptive, retrospective research was developed in an adult ICU in a tertiary teaching hospital, large and high complexity in the State of São Paulo. Were included patients hospitalized in 2017, over 18 years, with first admission to the unit and length of stay equal or greater than 24 hours. Data were collected from reports made available by the institution, which included demographic and clinical variables of the patients; nursing workload measured by the Nursing Activities Score, quantitative staffing and resources consumed by patients and their respective costs. A two-stage micro-cost methodology was developed: the first related to nursing with the top-down approach, where nursing costs are allocated to the patients through apportionment and bottom-up, where nursing costs are allocated individually to the patients, considering the actual hours estimated by the Nursing Activities Score. In order to estimate the total cost of the patient, during the second stage the five cost components were evaluated: labor (physician, physiotherapy and specialists), consumables, drugs, diagnostic tests and general (indirect) costs. To verify if there were variations in the costs of nursing staff by the top-down methodology for the bottom-up, a paired T-student test was used, considering a 95% confidence interval. A total of 286 patients were included, with the average total cost of nursing services being the top-down approach of R$ 6,660 per patient. For the bottom-up approach, the total mean NAS was 833 (SD=R$776,00) equivalent to 200 hours (SD=R$186,00) of nursing care, with an average cost of R $ 6,038, the difference of the average of the total cost between the two approaches of R$ 622.00. The average costs differed significantly between the two costing methods (P <0.0001). The total average cost with physician was R $ 4,671; physiotherapy of R $ 431,00; for specialists of R $ 327.00.The total average cost with consumables was R$1,217; drugs R$ 3,686; diagnostic test R$ 1,424 and indirect costs R$ 3,377, the total cost per patient being on average R $ 2,369 per day and total average cost R $ 21,793. Cost of staff represented the highest cost category with 55% for the total average cost and the nursing staff was the largest cost category, accounting for 31% of daily cost and total costs. The comparison between top-down and bottom-up methods is an unprecedented contribution to hospital cost management, since accurate data can contribute to service efficiency analyzes and quality improvement proposals