(Re)significando a prática do gerenciamento do cuidado de Enfermagem diante da cronicidade do HIV/aids

Publication year: 2019

Esta pesquisa visa corroborar com o aprofundamento da compreensão sobre as demandas de cuidado das pessoas com HIV/AIDS no enfrentamento da condição crônica, pois é preciso captar a diversidade de significados que podem ser atribuídos aos fatos e experiências dos seres que os vivenciam. Objetivou-se compreender os significados do cuidado atribuídos pela pessoa com HIV/AIDS hospitalizada. Estudo qualitativo, exploratório, realizado num hospital de referência e excelência de cuidados a essa clientela, localizado no município do Rio de Janeiro, Brasil. Utilizou-se a Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), seguindo a abordagem da descrição conceitual plena, e o Interacionismo Simbólico como referencial teórico-filosófico. Foram utilizadas como técnicas de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a observação não participante. O período de coleta de dados se deu entre agosto de 2017 e maio de 2018.

Foram participantes do estudo compondo diferentes grupos amostrais:

17 pessoas que vivem com HIV/AIDS hospitalizadas e outras 12 atendidas no ambulatório, 3 enfermeiros assistenciais e 4 chefias (médica e de enfermagem). Foram respeitados os aspectos éticos. Resultaram três categorias, a saber: Significando o cuidado a partir da interação consigo e com as pessoas ao seu redor com ou sem HIV; Buscando despertar na pessoa o significado da corresponsabilização no gerenciamento da situação vivenciada; e Abordando as influências das interações sob os resultados esperados no processo de cuidar de si e de ser cuidado. Cada categoria, com suas subcategorias, representou um elemento do paradigma, integradas pelo fenômeno central: Reagindo à infecção pelo HIV ao perceber o perigo de suas manifestações clínicas. Defendeu-se a seguinte tese: “Conviver com o HIV é um fenômeno social, onde não há possibilidade de desvincular o processo de adaptação à doença das relações sociais (re)construídas ao longo da vida. Este fenômeno influencia a todos na sociedade, e ainda vem acompanhado de estigmatização, rejeição e isolação. É preciso investimento na atenção à saúde daqueles que lutam para manter o seu bem-estar e a inclusão social. Ressignificar as necessidades biopiscossociais dos portadores do HIV implica no endereçamento das necessidades básicas afetadas, o que favorece o comportamento proativo, a aceitação e a resiliência, não só em relação aos cuidados necessários diante da presença do vírus e à necessidade ininterrupta de aderir à terapia medicamentosa, mas também ao lidar com os valores sociais que reproduzem modelos, que em contrapartida, podem ajudar no autoconhecimento. Assim, é necessário resgatar o protagonismo e empoderamento de todas as pessoas envolvidas nessas relações, inclusive, ao considerar o anseio pelo espaço no ambulatório para o exercício profissional do enfermeiro, que imbuído de tais premissas, pode gerenciar o cuidado em favor da qualidade de vida das PVHA”. A tese foi validada por sete enfermeiros especialistas de acordo com os critérios de ajuste, compreensão e generalização teórica.
The present research of doctorate in nursing aims to corroborate with the deepening of the understanding about the demands of care of people with HIV/AIDS in facing the chronic condition, since it is necessary to capture the diversity of meanings that can be attributed to the facts and experiences of the beings who experience them. Aimed to understand the meaning of care given by the person with HIV/AIDS hospitalized. It was a qualitative, exploratory study that used the Grounded Theory (GT), following the approach of the full conceptual description, and the Symbolic Interactionism as the theoretical-philosophical reference. Was conducted at a referral and excellence care hospital, located in the city of Rio de Janeiro, Brazil. The semi-structured interview and non- participant observation were used as data collection techniques. Data were collected between August 2017 and May 2018. Participants in this study were 17 inpatients with HIV/AIDS hospitalized at a referral hospital with excellence of care for these clients, as well as 12 outpatients, 3 nursing assistants, and 4 medical and nursing leaders. Ethical aspects were respected.

Three categories resulted from the thesis:

Meaning the care from self-interaction and with other people around with or without HIV; Seeking to awaken in the person the meaning of co-responsibility in the management of the situation experienced; and Addressing the influence of interaction on expected outcomes in the self-care and self-care process. Each category, with its subcategories, represented an element of the paradigm, integrated by the central phenomenon: Reacting to HIV infection by realizing the danger of its clinical manifestations.

The following thesis was defended:

“Living with HIV is a social phenomenon, where there is no possibility of disconnecting the process of adaptation to the disease from (re) built social relationships throughout life. This phenomenon influences everyone in society, and is still accompanied by stigmatization, rejection and isolation. Investment is needed in health care for those struggling to maintain their well-being and social inclusion. Re-meaning the biopsychosocial needs of people with HIV implies addressing the basic needs affected, which favors proactive behavior, acceptance and resilience, not only in relation to the care needed in the presence of the virus and the uninterrupted need to adhere to drug therapy, but also in dealing with the social values that reproduce models, which in turn can help in self-knowledge. Thus, it is necessary to rescue the protagonism and empowerment of all people involved in these relationships, including considering the yearning for space in the outpatient clinic for the nurse’s professional practice, which, imbued with such premises, can manage care in favor of quality of life of PLWHA”. This thesis was validated by seven specialist nurses according to the criteria of adjustment, comprehension and theoretical generalization.
La presente investigación busca corroborar con la profundidad de la comprensión sobre las demandas de cuidado de las personas con VIH/SIDA en el enfrentamiento de la condición crónica, pues es necesario captar la diversidad de significados que pueden ser atribuidos a los hechos y experiencias de los seres que los viven. Tuvo como objetivo comprender el significado del cuidado atribuido por la persona con VIH/SIDA hospitalizada. Investigación cualitativa, exploratoria, que utilizó la Teoría Fundamentada en los Datos (TFD), siguiendo el enfoque de la descripción conceptual plena, y el Interaccionismo Simbólico como referencial teórico-filosófico. Se realizó en un hospital de referencia y atención de excelencia, ubicado en Río de Janeiro, Brasil. Se utilizaron como técnicas de recolección de datos la entrevista semiestructurada y la observación no participante. La recopilación de datos tuvo lugar entre agosto de 2017 y mayo de 2018. En este estudio participaron 17 personas que viven con VIH/SIDA internadas, 12 pacientes ambulatorios, 3 enfermeros asistenciales y 4 jefaturas médicas y de enfermería. Se han respetado aspectos éticos.

Se obtuvieron tres categorías:

Significando el cuidado a partir de la interacción consigo y con las personas a su alrededor con o sin VIH; Tratando de despertar en la persona el significado de corresponsabilidad en el manejo de la situación experimentada; y Abordando las influencias de las interacciones sobre los resultados esperados en el proceso de autocuidado y de ser cuidado. Cada categoría, con sus subcategorías, representaba un elemento del paradigma, integrado por el fenómeno central: reaccionar a la infección por VIH al darse cuenta del peligro de sus manifestaciones clínicas.

Se defendió la siguiente tesis:

“Vivir con VIH es un fenómeno social, donde no hay posibilidad de desconectar el proceso de adaptación a la enfermedad de las relaciones sociales (re) construidas a lo largo de la vida. Este fenómeno influye en todos los miembros de la sociedad y aún se acompaña de estigmatización, rechazo y aislamiento. Se necesita inversión en atención en salud para quienes luchan por mantener su bienestar e inclusión social. Resignificar las necesidades biopsicosociales de las personas con VIH implica abordar las necesidades básicas afectadas, lo que favorece el comportamiento proactivo, la aceptación y la capacidad de recuperación, no solo en relación con la atención necesaria en presencia del virus y la necesidad ininterrumpida de adherirse a la terapia con medicamentos, pero también al tratar con los valores sociales que reproducen modelos, que a su vez pueden ayudar en el autoconocimiento. Por lo tanto, es necesario rescatar el protagonismo y el empoderamiento de todas las personas involucradas en estas relaciones, lo que incluye considerar el anhelo de espacio en la clínica ambulatoria para la práctica profesional de la enfermera, que, imbuida de tales premisas, puede administrar la atención a favor de la calidad de vida de las PLWHA”. Esta tesis fue validada por siete enfermeras especializadas según los criterios de ajuste, comprensión y generalización teórica.