Pesquisa-ação e práticas restaurativas para a prevenção da violência escolar: percepções dos professores
Action research and restorative practices for the prevention of school violence: teachers' perceptions

Publication year: 2019

A violência escolar é um fenômeno complexo, dinâmico e multicausal, que envolve estudantes, professores, famílias e comunidade, como protagonistas e/ou vítimas da violência. Entende-se que a escola não é a única responsável pela produção da violência. No entanto, dependendo da maneira como a instituição lida com os problemas e conflitos instalados nesse contexto pode gerar as situações de violência escolar. Trata-se de um fenômeno que também tem suas raízes em questões de ordem sociais e econômicas, exigindo, programas de prevenção multidimensionais, com ações intersetoriais. A justiça restaurativa é uma estratégia para o enfrentamento da violência escolar, utilizada em diversos ambientes regidos pelas interações sociais, pois possibilita maneiras de resolução de conflitos no ambiente escolar. Esse estudo qualitativo, em que foi utilizado o método da pesquisa-ação, teve como objetivo compreender as percepções dos professores de uma escola pública da rede estadual de educação básica de Ribeirão Preto/SP sobre violência escolar, e desenvolver uma ação educativa para sua prevenção. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola, que está inserida em um complexo contexto socioeconômico e cultural, com histórico de violência e dificuldades na condução do processo de ensino-aprendizagem. Participaram dessa pesquisa 10 professores do ensino fundamental e do ensino médio. Como instrumento de coleta de dados, optou-se pela observação participante, grupo focal e questionário. Os dados coletados, foram submetidos à análise temática indutiva e apresentados em duas etapas: momento investigativo e momento educativo. Reconheceu-se dificuldades e problemas prevalentes no ambiente escolar, experiências de violência escolar entre professores e estudantes e as estratégias que eles utilizavam para a prevenção da violência escolar. A partir dos problemas identificados foi realizado o Círculo de Cultura, como ação educativa. Essa ação foi elaborada baseada no modelo dialógico de Paulo Freire, que permitiu abordar a compreensão dos professores sobre os conceitos de conflitos e de violência escolar, promovendo reflexões sobre as habilidades direcionadas à gestão construtiva de conflitos e prevenção da violência escolar. Discute-se com base nestes resultados qualitativos a relevância do desenvolvimento de ações intersetoriais, visando a implementação de mecanismos de enfrentamento da violência escolar. Entende-se que não existe um recurso simplista para a prevenção da violência escolar, pois cada sociedade possui características e conflitos próprios, sendo necessária uma investigação ampla para saber qual seria a melhor atuação em determinada realidade escolar, na perspectiva de uma abordagem global com implicações na estrutura escolar. Mas é importante destacar o papel da escola no ensino/aprendizagem da transformação positiva do conflito, possibilitando a aprendizagem de formas de resolução não-violentas e, consequentemente, contribuindo para a melhoria das relações humanas
A violência escolar é um fenômeno complexo, dinâmico e multicausal, que envolve estudantes, professores, famílias e comunidade, como protagonistas e/ou vítimas da violência. Entende-se que a escola não é a única responsável pela produção da violência. No entanto, dependendo da maneira como a instituição lida com os problemas e conflitos instalados nesse contexto pode gerar as situações de violência escolar. Trata-se de um fenômeno que também tem suas raízes em questões de ordem sociais e econômicas, exigindo, programas de prevenção multidimensionais, com ações intersetoriais. A justiça restaurativa é uma estratégia para o enfrentamento da violência escolar, utilizada em diversos ambientes regidos pelas interações sociais, pois possibilita maneiras de resolução de conflitos no ambiente escolar. Esse estudo qualitativo, em que foi utilizado o método da pesquisa-ação, teve como objetivo compreender as percepções dos professores de uma escola pública da rede estadual de educação básica de Ribeirão Preto/SP sobre violência escolar, e desenvolver uma ação educativa para sua prevenção. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola, que está inserida em um complexo contexto socioeconômico e cultural, com histórico de violência e dificuldades na condução do processo de ensino-aprendizagem. Participaram dessa pesquisa 10 professores do ensino fundamental e do ensino médio. Como instrumento de coleta de dados, optou-se pela observação participante, grupo focal e questionário. Os dados coletados, foram submetidos à análise temática indutiva e apresentados em duas etapas: momento investigativo e momento educativo. Reconheceu-se dificuldades e problemas prevalentes no ambiente escolar, experiências de violência escolar entre professores e estudantes e as estratégias que eles utilizavam para a prevenção da violência escolar. A partir dos problemas identificados foi realizado o Círculo de Cultura, como ação educativa. Essa ação foi elaborada baseada no modelo dialógico de Paulo Freire, que permitiu abordar a compreensão dos professores sobre os conceitos de conflitos e de violência escolar, promovendo reflexões sobre as habilidades direcionadas à gestão construtiva de conflitos e prevenção da violência escolar. Discute-se com base nestes resultados qualitativos a relevância do desenvolvimento de ações intersetoriais, visando a implementação de mecanismos de enfrentamento da violência escolar. Entende-se que não existe um recurso simplista para a prevenção da violência escolar, pois cada sociedade possui características e conflitos próprios, sendo necessária uma investigação ampla para saber qual seria a melhor atuação em determinada realidade escolar, na perspectiva de uma abordagem global com implicações na estrutura escolar. Mas é importante destacar o papel da escola no ensino/aprendizagem da transformação positiva do conflito, possibilitando a aprendizagem de formas de resolução não-violentas e, consequentemente, contribuindo para a melhoria das relações humanas