Comunicação no atendimento/assistência em saúde de pessoas surdas: revisão integrativa da literatura
Communication in health care/delivery of health care for deaf people: an integrative literature review

Publication year: 2020

As barreiras de comunicação têm impactos diretos nos resultados de saúde das pessoas surdas, que muitas vezes ficam expostas a riscos de tratamentos inadequados sem consentimento. Neste contexto, a comunicação tem papel fundamental na avaliação e implementação dos cuidados específicos para essa clientela. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura cujo objetivo foi identificar, avaliar e sintetizar evidências acerca de como é feito o atendimento a pessoa surda nos diversos serviços presentes na área da saúde. As bases de dados Pubmed/Medline, CINHAL e LILACS foram utilizadas para a busca dos estudos primários indexados nos últimos 10 anos. Os descritores controlados foram delimitados de acordo com o vocabulário padronizado para cada uma das bases de dados. Dos 3.273 estudos localizados e considerando os critérios de seleção adotados, 86 estudos foram lidos na íntegra e 11 estudos primários foram incluídos na revisão integrativa. Foi utilizado um instrumento validado para a extração dos dados. A análise dos dados foi descritiva.

Os estudos primários incluídos foram divididos em três categorias temáticas:

Uso das línguas de sinais ou escritas, Atendimento por intermédio de terceiros (intérpretes e familiares) ou leitura labial e; Uso de tecnologias de informação e comunicação e outros dispositivos de mídia. Por meio dos estudos primários avaliados pode-se observar que ainda há uma ausência de adequação dos serviços de saúde com relação ao atendimento da pessoa surda. Entre elas foram identificadas a ausência de treinamento dos profissionais de saúde em linguagem de sinais, dificuldades na compreensão da linguagem escrita, dificuldade de acesso a intérpretes de línguas de sinais, dependência de familiares e amigos para acessar os serviços de saúde e, dificuldades com a leitura labial. Os dados desta pesquisa possibilitam aos profissionais de saúde e de enfermagem conhecer melhor quais lacunas na comunicação com os surdos devem ser preenchidas nos serviços de saúde e dessa forma orientar a prática assistencial e políticas para a inclusão destes.
Communication barriers have a direct impact on the health outcomes of deaf people, who are often exposed to the risks of inappropriate treatment without consent. In this context, communication has a fundamental role in the evaluation and implementation of specific care for this clientele. It is an integrative review of the literature whose objective was to identify, evaluate and synthesize evidence about how care is provided for the deaf in the various services present in the health area. The Pubmed / Medline, CINHAL and LILACS databases were used to search for indexed primary studies in the last 10 years. The controlled descriptors were delimited according to the standardized vocabulary for each of the databases. Of the 3,273 studies located and considering the selection criteria adopted, 86 studies were selected for reading in full and 11 primary studies were included in the integrative review. A validated instrument was used for data extraction. Data analysis was descriptive.

The included primary studies were divided into three thematic categories:

Use of sign or written languages, Assistance through third parties (interpreters and family members) or lip reading and; Use of information and communication technologies and other media devices. Through the primary studies evaluated, it can be observed that there is still a lack of adequacy of health services in relation to the care of the deaf person. Among them were identified the lack of training of health professionals in sign language, difficulties in understanding written language, difficulty in accessing sign language interpreters, dependence on family and friends to access health services, and difficulties with lip reading. The data of this research enable health and nursing professionals to better understand which gaps in communication with the deaf should be filled in the health services and in this way guide the care practice and policies for their inclusion.