Incidência de complicações no uso do Peripherally Inserted Central Catheter em uma coorte de adultos hospitalizados
Incidence of complications in the use of the Peripherally Inserted Central Catheter in a cohort of hospitalized adults
Publication year: 2020
A terapia intravenosa é vastamente utilizada, no ambiente hospitalar para administração de medicamentos e outros componentes. Dentre os dispositivos intravasculares utilizados para estabelecer uma via intravenosa, os mais comuns são os cateteres venosos periféricos. Contudo, apesar de sua ampla utilização, existem complicações associadas e para alguns pacientes que necessitam de terapia intravenosa prolongada, existe a indicação de cateteres venosos centrais. Dentre eles o Peripherally Inserted Central Catheter ou Cateter Central de Inserção Periférica, o qual apresenta indicações específicas e, como qualquer dispositivo, não é livre de complicações, como por exemplo aquelas relacionadas à inserção tardia. Tal contexto, constituído por punções constantes das veias periféricas, pode ocasionar lesões no endotélio dos vasos, especialmente em internações prolongadas, em que há múltiplas punções venosas e uso de cateteres venosos periféricos, que vão, progressivamente, esgotando a rede venosa do paciente. Trata-se de uma coorte retrospectiva cujo objetivo foi estimar a incidência de complicações em pacientes adultos hospitalizados em uso do Peripherally Inserted Central Catheter. A análise estatística foi realizada para estimar o risco relativo e intervalos de confiança, bem como os modelos de regressão e log-binominal com efeito aleatório simples e múltiplo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A amostra foi composta por 57 cateteres de 44 pacientes, que apresentaram a média de idade de 50,52 anos, houve predomínio do sexo masculino (72,73%). A média total de cateteres foi de 1,3 por paciente, sendo que 89,29% dos cateteres foram indicados para antibioticoterapia. Sobre o local de inserção, 57,14% dos cateteres foram inseridos em veia jugular externa, que quando comparada aos membros superiores, apresentou diferença estatística para motivo de remoção do cateter em razão do deslocamento (p<0,01), segundo o teste exato de Fisher. No modelo bruto de regressão logística, o intervalo de tempo, transcorrido entre o início da terapia intravenosa periférica e o uso do Peripherally Inserted Central Catheter, esteve associado à presença de complicações (p=0,03), da mesma maneira que o tempo de uso do Peripherally Inserted Central Catheter correlacionou-se ao risco de complicação (p<0,01). Concluiu-se que a incidência de complicações observadas neste estudo, relacionadas ao uso do Peripherally Inserted Central Catheter foi elevada e identificada em 76,09% dos casos.
As principais complicações foram:
deslocamento, presença de sintomas flogísticos e remoção acidental. O intervalo de tempo transcorrido entre o início da terapia intravenosa periférica (em uso de acessos venosos periféricos) e o uso do Peripherally Inserted Central Catheter esteve associado ao risco de presença de complicação. O tempo em uso do Peripherally Inserted Central Catheter também se associou ao risco de ocorrência de complicação. Dessa forma, há a necessidade da inserção precoce do Peripherally Inserted Central Catheter naqueles que possuem indicação, visto que, quanto maior o número de dias em uso de acessos venosos periféricos, maior o risco de complicação no uso do Peripherally Inserted Central Catheter.
ntravenous therapy is widely used in the hospital environment for the administration of drugs and other components. Among the intravascular devices used to establish an intravenous route, the most common are peripheral venous catheters. However, despite its widespread use, there are associated complications. Thus, for some patients who require prolonged intravenous therapy, there is an indication for central venous catheters. And among them the Peripherally Inserted Central Catheter, which has specific indications and, like any device, is not free of complications, such as those related to late insertion. Such a context, consisting of constant punctures of the peripheral veins, can cause lesions in the endothelium of the vessels, especially in prolonged hospitalizations, in which there are multiple venous punctures and use of peripheral venous catheters, which progressively deplete the patient's venous network. This is a retrospective cohort study whose objective was to estimate the incidence of complications in adult hospitalized patients using the Peripherally Inserted Central Catheter. Statistical analysis was performed to estimate the relative risk and confidence intervals, as well as the regression and log-binominal models with simple and multiple random effects. The research complied with all ethical precepts and was approved by the Research Ethics Committee. The sample consisted of 57 catheters from 44 patients, who had a mean age of 50.52 years, with a male predominance (72.73%). The total average of catheters was 1.3 per patient, with 89.29% of the catheters being indicated for antibiotic therapy. Regarding the insertion site, 57.14% of the catheters were inserted into the external jugular vein, which, when compared to the upper limbs, showed a statistical difference for the reason for removing the catheter due to displacement (p <0.01), according to the test Fisher's exact test. In the crude logistic regression model, the time interval between the start of peripheral intravenous therapy and the use of the Peripherally Inserted Central Catheter was associated with the presence of complications (p = 0.03), in the same way as the time of use of the Peripherally Inserted Central Catheter correlated with the risk of complication (p <0.01). It was concluded that the incidence of complications observed in this study, related to the use of the Peripherally Inserted Central Catheter, was high, corresponding to 76.09% of the cases.