Incidência e características de lesões por pressão: |b estudo de coorte entre pacientes adultos com e sem covid-19 em unidade de terapia intensiva

Publication year: 2022

Introdução:

A pandemia de covid-19 levou a um rápido aumento do número de casos de pacientes graves em unidade de terapia intensiva (UTI). Associado a isso, observou-se um aumento da incidência de lesão por pressão (LP) com mudança nas características dessas lesões, o que tem demandado estudos para melhor compreensão desse evento adverso.

Objetivo:

Comparar a incidência, características e fatores de risco de LP entre pacientes adultos com e sem covid-19 internados em unidade de terapia intensiva (UTI).

Método:

Estudo de coorte retrospectivo com abordagem quantitativa, realizado na UTI adulto geral e UTI covid-19 de um hospital universitário do Sul do Brasil, que foi referência para internação de pacientes graves durante a pandemia. Amostra total de 302 pacientes, sendo 151 no grupo com covid-19 e 151 no grupo sem covid-19. O pesquisador responsável do estudo e assistentes de pesquisa fizeram a coleta de dados retrospectiva em prontuário eletrônico, de março a julho de 2021. A análise dos dados se deu por meio do programa SPSS, versão 22. Foi realizada a regressão de Poisson, e considerou-se p < 0,05 como valor significante.

Resultados:

Houve prevalência do sexo masculino e idade média de 55 anos em ambos os grupos. Pacientes com covid-19 apresentaram maior nível de escolaridade; e maior incidência de LP (60,3%) em comparação aos sem covid-19 (35,8%). Além disso, desenvolveram LP cinco dias mais cedo em comparação aos sem covid-19. O estágio 2 de LP foi mais predominante nos dois grupos, e os locais mais acometidos foram a região sacral e glúteo. No entanto, pacientes com covid-19 tiveram estágios mais graves em comparação aos sem covid-19. Dos pacientes com covid-19, 68 (44,7%) deles necessitaram da manobra prona, após a qual 50 (73,5%) desenvolveram LP. O valor do Nursing Activities Score (NAS) classificado como muito elevado (≥ 100) foi encontrado em 63 (41,7%) dos pacientes com covid-19, ao passo que em 36 (23,8%) dos sem covid-19, sendo estatisticamente significante (p<0,001). As variáveis clínicas significantemente associadas (p<0,005) com a presença de LP, independentemente de ter ou não covid-19, foram “Obesidade”, “Braden ≤ 12” e “Tempo de sedação”.

Conclusões:

Pacientes com covid-19 tiveram maior incidência de LP, maior gravidade e desenvolveram LP em menor tempo que pacientes sem covid-19, com maior carga de trabalho à enfermagem. Todavia, as variáveis “Obesidade”, “Braden ≤ 12” e “Tempo de sedação” foram associadas ao desenvolvimento de LP independentemente de o paciente ter ou não covid-19, corroborando fatores de risco para LP já conhecidos na literatura.

Introduction:

The covid-19 pandemic has led to a rapid increase in the number of cases of critically ill patients in the intensive care unit (ICU). Associated with this, there was an increase in the incidence of pressure injuries (PI) with changes in the characteristics of these injuries, which has required studies to better understand this adverse event..

Objective:

To compare the incidence, characteristics, and risk factors of PI among adult patients with and without covid- 19 admitted to an intensive care unit (ICU).

Method:

Retrospective cohort study with a quantitative approach, carried out in the general adult ICU and the covid-19 ICU of a university hospital in southern Brazil, which was a reference for hospitalization of critically ill patients during the pandemic. Total sample of 302 patients, 151 in the group with covid-19 and 151 in the group without covid-19. The researcher in charge of the study and research assistants performed retrospective data collection in electronic medical records, from March to July 2021. Data analysis was performed using the SPSS program, version 22. Poisson regression was performed and considered if p < 0.05 as a significant value.

Results:

There was a prevalence of males and a mean age of 55 years in both groups. Patients with covid-19 had a higher level of education; and higher incidence of PI (60.3%) compared to those without covid 19 (35.8%). In addition, they developed PI five days earlier compared to those without covid-19. Stage 2 PI was more prevalent in both groups, and the most affected sites were the sacral and gluteal regions. However, patients with covid-19 had more severe stages compared to those without covid-19. Of the patients with covid-19, 68 (44.7%) of them required the prone maneuver, after which 50 (73.5%) developed PI. The value of the Nursing Activities Score (NAS), classified as very high (≥ 100), was found in 63 (41.7%) of patients with covid-19, while in 36 (23.8%) of those without covid -19, being statistically significant (p<0.001). The clinical variables significantly associated (p<0.005) with the presence of PI, regardless of having or not having covid-19, were “Obesity”, “Braden ≤ 12” and “Sedation time”.

Conclusions:

Patients with covid-19 had a higher incidence of PI, greater severity and developed PI in a shorter time than patients without covid-19, with a greater workload for nursing. However, the variables “Obesity”, “Braden ≤ 12” and “Sedation time” were associated with the development of PI regardless of whether the patient had covid-19 or not, corroborating risk factors for PI already known in the literature. |

Introducción:

La pandemia de covid-19 provocó un rápido aumento en el número de casos de pacientes críticos en la unidad de cuidados intensivos (UCI). Asociado a esto, hubo un aumento en la incidencia de lesiones por presión (UPP) con cambios en las características de estas lesiones, lo que ha requerido estudios para comprender mejor este evento adverso.

Objetivo:

Comparar la incidencia, características y factores de riesgo de IP entre pacientes adultos con y sin covid-19 ingresados en una unidad de cuidados intensivos (UCI).

Método:

Estudio de cohorte retrospectivo con abordaje cuantitativo, realizado en la UCI general de adultos y UCI covid-19 de un hospital universitario del sur de Brasil, que fue referencia para la hospitalización de pacientes críticos durante la pandemia. Muestra total de 302 pacientes, 151 en el grupo con covid-19 y 151 en el grupo sin covid-19. El investigador a cargo del estudio y los asistentes de investigación realizaron la recolección retrospectiva de datos en historias clínicas electrónicas, de marzo a julio de 2021. El análisis de datos se realizó mediante el programa SPSS, versión 22. Se realizó una regresión de Poisson, y se consideró p < 0,05 como valor significativo.

Resultados:

Predominó el sexo masculino y una media de edad de 55 años en ambos grupos. Los pacientes con covid-19 tenían un mayor nivel de educación; y mayor incidencia de PL (60,3%) en comparación con aquellos sin covid 19 (35,8%). Además, desarrollaron LP cinco días antes en comparación con los que no tenían covid-19. La etapa 2 de LP fue más prevalente en ambos grupos, y los sitios más afectados fueron las regiones sacra y glútea. Sin embargo, los pacientes con covid-19 tuvieron etapas más graves en comparación con los que no tenían covid-19. De los pacientes con covid-19, 68 (44,7%) de ellos requirieron la maniobra en decúbito prono, luego de lo cual 50 (73,5%) desarrollaron IP. El valor del Nursing Activities Score (NAS), clasificado como muy alto (≥ 100), se encontró en 63 (41,7%) de los pacientes con covid-19, mientras que en 36 (23,8%) de los que no tenían covid-19, siendo estadísticamente significativo (p<0,001). Las variables clínicas asociadas significativamente (p<0,005) a la presencia de IP, independientemente de tener o no covid-19, fueron “Obesidad”, “Braden ≤ 12” y “Tiempo de sedación”.

Conclusiones:

Los pacientes con covid-19 tuvieron mayor incidencia de IP, mayor severidad y desarrollaron IP en menor tiempo que los pacientes sin covid-19, con mayor carga de trabajo para enfermería. Sin embargo, las variables “Obesidad”, “Braden ≤ 12” y “Tiempo de sedación” se asociaron con el desarrollo de IP independientemente de que el paciente tuviera o no covid-19, corroborando factores de riesgo para IP ya conocidos en la literatura.