Atividade física e o primeiro episódio psicótico
Physical Activity and the First Pshychotic Episode
Publication year: 2017
Estudo quantitativo transversal cujo objetivo geral foi correlacionar o nível de atividade física e as variáveis sociodemográficas e clínicas, qualidade de vida em saúde, funcionamento global, adesão aos tratamentos e síndrome metabólica de pessoas que vivenciam o primeiro episódio psicótico. O estudo foi realizado no ambulatório de Primeiro Episódio Psicótico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. A amostra por conveniência foi constituída por 85 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão preestabelecidos. Para a coleta de dados foram utilizados um formulário contendo dados sociodemográficos e clínicos, o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), o Medical Outcomes Study 36 - Item Short Form Health Survey (SF-36), a Escala de Avaliação Global do Funcionamento (AGF) e a Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT). Os valores dos exames laboratoriais foram obtidos por meio de consulta aos prontuários dos pacientes, e as medidas de circunferência abdominal e pressão arterial, pelo pesquisador no referido ambulatório. A avaliação do funcionamento global foi realizada pela equipe médica do serviço, em 2016. Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas do Excel, transportados para o programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) e, em seguida, submetidos, primeiramente, a uma análise bivariada e, posteriormente, aos testes Qui-quadrado de Pearson, U de Mann Whitney e teste de correlação de Pearson. Adotou-se nível de significância de 0,05. Os resultados obtidos permitem concluir que a maioria dos participantes era do sexo masculino, vivia sem companheiro, tinha média de idade de 32 anos e quase a metade cursou até o segundo grau completo. Quanto ao nível de atividade física classificado pelo IPAQ, a maioria foi classificada como ativa. Os resultados obtidos pela aplicação da MAT evidenciam que a maior parte dos pacientes do referido ambulatório aderiu aos tratamentos. Em relação à síndrome metabólica, 21 (25,3%) apresentavam essa patologia. Quanto aos domínios referentes à qualidade de vida em saúde, obteve-se média para o domínio capacidade funcional de 83,90 (dp=19,9); limitação por aspectos físicos de 62,1 (dp=41,1); dor, 74,3 (dp=30,8); estado geral de saúde, 69,4 (dp=23,1); vitalidade, 58,4 (dp=23,5); aspectos sociais, 66,6 (dp=32,5); limitações por aspectos emocionais, 51,0 (dp=43,5); e saúde mental, 63,9 (dp=25,2). A média de funcionamento global foi de 66,3. Não houve associação significante entre os níveis de atividade física e as variáveis sociodemográficas, síndrome metabólica, adesão aos tratamentos, diagnóstico médico, opção terapêutica e uso de substâncias. Os pacientes classificados como ativos apresentaram maiores médias em relação ao funcionamento global quando comparados àqueles sedentários e essa diferença foi significante (p=0,011). Quanto aos domínios do questionário sobre qualidade de vida em saúde - SF-36, os pacientes classificados como ativos apresentaram maiores médias para o domínio capacidade funcional em relação aos sedentários, e essa diferença foi significante (p=0,016). Esses resultados fornecem subsídios importantes para o planejamento de ações que incluam a atividade física na prática assistencial em saúde mental
This was a quantitative cross-sectional study whose general goal was to correlate the level of physical activity and sociodemographic and clinical variables, health quality of life, overall functioning, adherence to treatments and metabolic syndrome of pleope who experience the first psychotic episode. The study was carried out at the of First Episode Psychosis of the Clinical Hospital of the Medical School of Ribeirão Preto at the University of São Paulo. The convenience sample consisted of 85 patients who met the pre-established inclusion and exclusion criteria. For data collection, forms containing sociodemographic and clinical data were used, their names being: International Questionnaire of Physical Activity (IPAQ), The Medical Outcomes Study 36 - Short Form Health Survey (SF-36), Global Assessment of Functioning (GAF), and Treatment Compliance Measure (MAT). The values of the laboratory tests were obtained by the researcher of the said outpatient clinic, who consulted the patient's chart, the measurements of waist circumference and blood pressure. The evaluation of overall functioning was done by the service medical team, in 2016. The collected data was organized in Excel spreadsheets and transported to the Statistical Package for Social Science (SPSS) program and then submitted to bivariate analysis, and then to Pearson's Chi-square test, Mann Whitney U test and Pearson's correlation test. The level of significance was set at 0.05. The results obtained led to the conclusion that most of the 85 participants were male, lived without a partner, the average age was 32 and almost half of the participants had only completed high school. As for the physical activity level classified by IPAQ, most of PEP participants were classified as active. The results obtained through MAT application showed that the majority of PEP patients adhered to the treatments. Regarding the metabolic syndrome, 21 (25.3%) of PEP patients presented the pathology. As for the domains of life quality in terms of health, the research concluded that the functional capacity domain average was 83.90 (SD = 19.9); Limitation by physical aspects, 62.1 (SD = 41.1); Pain, 74.3 (dp = 30.8); General health status, 69.4 (SD = 23.1); Vitality, 58.4 (dp = 23.5); Social aspects, 66.6 (SD = 32.5); Limitations for emotional aspects, 51.0 (SD = 43.5) and mental health, 63.9 (SD = 25.2). The overall operating average was 66.3. There was no significant association between physical activity levels and sociodemographic variables, metabolic syndrome, adherence to treatments, medical diagnosis, therapeutic option and substance usage. PEP patients classified as active had higher mean values in relation to the overall functioning when compared to sedentary patients, and this difference was significant (p = 0.011). Regarding the domains of the questionnaire about quality of life in terms of health (SF-36), patients classified as active had higher mean values for the functional capacity domain in relation to sedentary patients, and the difference was significant (p = 0.016). These results provide important subsidies for the planning of actions that include physical activity in the practice of mental health care