Vivências dos enfermeiros no cuidar da pessoa em fim de vida e sua família numa Unidade de Cuidados Continuados

Publication year: 2023

Cuidar de uma pessoa em fim de vida é um desafio para os profissionais de saúde. Exige dos mesmos um esforço acrescido diariamente, para que consigam prestar os melhores cuidados, tendo em conta também, as suas necessidades e sentimentos. Para tal necessitam de um conjunto de competências técnicas científicas, humanas e também relacionais. O cuidar em fim de vida tem como principal objetivo o alívio de sofrimento, a manutenção da qualidade de vida que a pessoa considerar e a satisfação das suas necessidades. Assim surge a necessidade de realizar este estudo - Vivências dos Enfermeiros no Processo de Cuidar da Pessoa em Fim de Vida e sua Família. Tendo em conta a natureza da temática optou-se pela realização de um estudo de natureza qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, com características fenomenológicas. Os participantes deste estudo são enfermeiros que trabalham numa unidade de cuidados continuados de longa duração, do concelho de Barcelos. Para a recolha de dados optamos pela entrevista semi-estruturada que foi realizada durante os meses de junho e julho de 2022. As referidas entrevistas foram analisadas segundo a técnica de análise de conteúdo de Laurence Bardin (2011). A maior parte dos entrevistados reconhece uma pessoa em fim de vida e as suas necessidades, destacando o conforto, o bem-estar e o controlo sintomático. No cuidar evidenciam essencialmente sentimentos de tristeza e impotência. Reconhecem que fatores como a aceitação do diagnóstico por parte da pessoa e família, assim como mantê-los a par de toda a situação clínica e o trabalho equipa, facilitam a sua intervenção. As estratégias de coping mais utilizadas por estes profissionais são a partilha de experiências e o distanciamento. Mais de metade dos profissionais refere que o cuidar de uma pessoa em fim de vida não tem impacto quer a nível pessoal, quer profissional. Uma parte refere existir implicações pessoais, familiares, mas também profissionais tais como a insegurança, o levar o trabalho para casa e ainda o desgaste sentimental e psicológico. Como sugestões para contribuir para uma melhor prestação de cuidados, quase todos os profissionais referem a necessidade de se investir na formação nesta área.
Caring for an end-of-life person is a challenge for health professionals. It requires an increased effort of them on a daily basis, so that they can provide the best care, also taking into account their needs and feelings. To do so, they need a set of scientific, human and also relational technical skills. End-of-life care has as main objective the relief of suffering, the maintenance of the quality of life that the person considers and the satisfaction of their needs. Thus, the need arises to carry out this study - Experiences of Nurses in the Process of Caring for the Person in The End of Life and their Family. Taking into account the nature of the theme, we chose to conduct a qualitative study, exploratorydescriptive, with phenomenological characteristics. The participants of this study are nurses working in a long-term continuing care unit in the municipality of Barcelos. For data collection, we opted for the semi-structured interview that was conducted during June and July 2022. These interviews were analyzed according to Laurence Bardin's content analysis technique (2011). Most respondents recognize an end-of-life person and their needs, highlighting comfort, well-being and symptomatic control. In caring they essentially show feelings of sadness and impotence. They recognize that factors such as the acceptance of the diagnosis by the person and family, as well as keeping them abreast of the entire clinical situation and teamwork, facilitate their intervention. The coping strategies most used by these professionals are the sharing of experiences and distancing. More than half of the professionals report that caring for an end-of-life person has no impact both on a personal and professional level. One part mentions that there are personal, family, but also professional implications such as insecurity, taking work home and even sentimental and psychological exhaustion. As suggestions to contribute to a better provision of care, almost all professionals mention the need to invest in training in this area.