Nursing activities score: concordância entre avaliadores, relação com a escala de turnos e comparação entre pacientes com e sem COVID-19

Publication year: 2022

Introdução:

Além da complexidade já existente no trabalho em ambientes de terapia intensiva, a recente pandemia por COVID-19 elevou a demanda assistencial, desconfigurou equipes de trabalho e limitou recursos. Entretanto, pouco se documentou sobre a real carga de trabalho de enfermagem no cuidado aos pacientes críticos, neste período.

Objetivo:

Comparar a carga de trabalho de enfermagem, estimada a partir do Nursing Activities Score (NAS) nos pacientes com e sem COVID-19 internados em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto.

Método:

Este estudo foi desenvolvido em um CTI de um hospital público e universitário do sul do Brasil, em três diferentes eixos. O eixo 1 consistiu na avaliação da concordância na aplicação do NAS, através de um estudo metodológico, no qual uma enfermeira considerada padrão de referência, dois assistentes de pesquisa e os enfermeiros assistenciais aplicaram o NAS, de modo independente, considerando os mesmos pacientes. Testou-se a concordância através do coeficiente de correlação intraclasse e do coeficiente kappa. No eixo 2 foi realizada uma comparação da distribuição de pacientes/profissional determinada empiricamente pelos enfermeiros, à recomendada pelo NAS. Para tanto, foi conduzida uma coorte prospectiva que avaliou características dos pacientes, carga de trabalho e escalas no eixo 3 comparou-se a carga de trabalho de enfermagem, estimada a partir do NAS, desenvolvido através de uma coorte retrospectiva, a partir de relatório de registros assistenciais em prontuário eletrônico incluindo os primeiros dez dias de internação de todos os pacientes admitidos no CTI nos anos de 2020 e 2021, com e sem COVID-19, que tivessem ao menos uma avaliação de NAS. Utilizou-se modelos de Equações de Estimação Generalizadas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição de origem (CAAE: 16288619.0.0000.5327).

Resultados:

Os resultados desta tese foram apresentados a partir de ê O 1, “C â do Nursing Activities Score”, q â é geral, quanto na maior parte dos itens do NAS, observou-se divergências especialmente nos itens de maior subjetividade do instrumento (itens que apresentam mais de um subitem como opção para pontuação). O 2, “Eq ê h z pelos enfermeiros ao Nursing Activities Score: uma ”, mostrou que a escala diária de turnos feita pelos enfermeiros e o NAS não apresentaram correlação nem quanto a distribuição de enfermeiros (r= 0,07; p=0,11), nem na distribuição de técnicos de enfermagem (r= 0,25; p<0,001). No entanto, ê . O Artigo 3, intitulado “C h em adultos críticos com e sem COVID-19: coorte ”, -se que a média do escore NAS para o total de paciente/dia da amostra foi de 85,6%±18,1%, sendo 87,8%±17,8% no grupo de pacientes com COVID-19 e 82,6%±18,2% no grupo de pacientes sem COVID-19 (p<0,001). A partir do dia 1 de internação, o NAS médio do grupo de pacientes com COVID-19 foi superior ao do grupo de pacientes sem COVID-19 em todos os dias de comparação, até o décimo dia. O uso de ventilação mecânica, noradrenalina, sedação e bloqueador neuromuscular, membrana de oxigenação extracorpórea e hemodiálise aumentou o valor do NAS, tanto nos pacientes com COVID-19, como nos sem esta doença. Na maior parte das observações (51,2%) a carga de trabalho estava classificada na categoria de trabalho pesado, seguida pela categoria de trabalho moderado (24,7% das observações).

Conclusões:

Na avaliação da concordância na aplicação do NAS, observou-se divergências especialmente nos itens de maior subjetividade do instrumento. Não houve correlação significativa entre a escala de distribuição de enfermeiros e de técnicos e o NAS. A carga de trabalho de enfermagem em pacientes com COVID-19 foi superior à dos pacientes sem COVID-19 nos primeiros dez dias de internação na UTI.

Introduction:

Intensive care environments already required complex work, and, furthermore, the recent COVID-19 pandemic increased health care demands, disorganized work teams, and limited resources. Nonetheless, the real workload of nursing workers in the care for critical patients during this period was seldom investigated.

Objective:

To compare the workload of nursing workers, estimated using the Nursing Activities Score (NAS), in patients with and without COVID-19 who had been hospitalized in an adult Intensive Care Unit (ICU).

Method:

This study was developed in the ICU of a public university hospital in the south of Brazil, in three different axes. Axis 1 was an agreement evaluation in the application of NAS, through a methodological study where a nurse, considered to be the standard, two research assistants, and direct care nurses applied the NAS independently, considering the same patients. The agreement was tested using the intraclass correlation coefficient of kappa coefficient. In axis 2, the distribution of patients per professional, empirically determined by the nurses, was compared to the one recommended by the NAS. To do so, a prospective cohort was carried out that evaluated the characteristics of patients, workload, and scales for the distribution of nursing personnel. The relation between empirical shift scales and the NAS was evaluated using Pears ’ I x , h w k w k w estimated using the NAS, which was developed through a retrospective cohort using reports of the assistance registered in electronic records, including the first 10 days of hospitalization of all patients admitted into the ICU in 2020 and 2021, who had at least one NAS evaluation; then, the workload was compared between patients with and without COVID-19. Generalized estimating equation models were used. The project was approved by the Research Ethics Committee of the institution where the study took place (CAAE: 16288619.0.0000.5327).

Results:

The results of this thesis were presented in three scientific articles. Article 1, “ h ”, hat, despite the good agreement in the general mean and in most items of the NAS, there were disagreements, especially in the more subjective items in the instrument (those which have more than one ) 2, “Eq of work shifts elaborated by nurses h : y ”, h w h h y h made by the nurses and the NAS showed no correlation regarding nursing distribution (r= 0.07; p=0.11) nor in regard to nursing technician distribution (r= 0.25; p<0.001). Nonetheless, the personnel distribution scale, elaborated by the nurses, corresponded to the estimated need of nursing personnel resulting from applying the NAS in nearly 3⁄4 of the observations. Article , “ ng workload in critical adults with and without COVID-19: h ”, showed that the mean NAS score for the total number of patients/day of the sample was 85.6%±18.1%, with 87.8%±17.8% in patients with COVID-19 and 82.6%±18.2% in those who did not have COVID-19. The use of mechanical ventilation, noradrenaline, sedation and neuromuscular blocking drugs, extracorporeal membrane oxygenation, and hemodialysis increased the value of NAS for patients with or without COVID-19. In most observations (51.2%), the workload was classified as heavy work, followed by moderate work (24.7%).

Conclusions:

In the evaluation of agreement in the application of the NAS, there were disagreements, especially in the more subjective items of the instrument. There was no significant correlation between the scale of distribution of nurses and nursing technicians and the NAS. The workload of nursing professionals was higher for COVID-19 patients than for patients who did not present the disease in the first ten days of ICU hospitalization.