Intervenções não farmacológicas de enfermagem na gestão da dor em doentes em urgência básica
Publication year: 2023
A dor é uma sensação comum e desagradável entre as pessoas que recorrem aos Serviços de Urgência Básica (SUB). Por conseguinte, a utilização de métodos adequados em gestão de dor , tais como Intervenções não Farmacológicas (InF) de Enfermagem, é uma prioridade. As InF de enfermagem assumem-se, não só como uma prioridade no Serviço de Urgência, mas também e sobretudo, como uma expressão relevante na visibilidade e autonomia de Enfermagem na Gestão da Dor. O objetivo da presente investigação consiste em reconhecer as Intervenções não Farmacológicas de Enfermagem na gestão da dor em doentes em Serviço de Urgência Básica. A nível do eixo de investigação, realizou-se um estudo quantitativo, descritivo- correlacional e transversal, realizado através dos resultados obtidos da aplicação da Escala de Práticas de Enfermagem na Gestão da Dor, validada para a população portuguesa por António (2019), a uma amostra de 157 enfermeiros a exercer funções em Serviço de Urgência Básica, tendo esta, sido divulgada a partir do Google Docs e enviado por email aos enfermeiros. No âmbito do estudo de investigação realizado, verificou-se que as Intervenções não Farmacológicas na gestão da dor executadas pelos enfermeiros no Serviço de Urgência Básica foram: a promoção do conforto, a adequação do posicionamento da pessoa, o conhecimento das intervenções não farmacológicas e a aplicação de calor e frio, quando adequado. Não se registam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre as variáveis sociodemográficas e a utilização de intervenções não farmacológicas de gestão da dor pelos enfermeiros em estudo. Os enfermeiros do género masculino, com idade superior a 55 anos, pós-graduados, com menos tempo de exercício profissional, bem como os enfermeiros que exercem funções em SUB há 21-30 anos pontuaram mais, indicando serem estes os participantes que mais conhecem as intervenções não farmacológicas para gestão da dor e as executam. O estudo revelou uma prevalência de enfermeiros sem formação em dor (52,2%), sendo que, numa análise por género predomina o masculino (62,8%). A formação na prática clínica em Enfermagem é uma componente essencial, através da qual o estudante beneficia plenamente da experiência in loco, com um feedback sobre o seu desempenho e aquisição de competências. Da investigação realizada conclui-se que há necessidade de maiores incentivos na promoção da formação nos serviços de saúde para o aumento de conhecimento e competências na gestão da dor através de intervenções não farmacológicas aos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência Básica, como garantia na otimização da experiência do doente.
Pain is a common and unpleasant sensation among people who resort to Basic Emergency Services (BES). Therefore, the use of appropriate pain management methods, such as Non-Pharmacological Nursing Interventions, is a priority. The Non-Pharmacological Nursing Interventions are assumed, not only as a priority in the Emergency Service, but also and above all, as a relevant expression in the visibility and autonomy of Nursing in Pain Management. The objective of the present investigation is to recognize the Non-Pharmacological Nursing Interventions in the management of pain in patients in the Basic Emergency Service. In terms of the research axis, a quantitative, descriptive-correlational and cross-sectional study was accomplished, carried out through the results obtained from the application of the Nursing Practice Scale in Pain Management, validated for the Portuguese population by António (2019), to a sample of 157 nurses working in a Basic Emergency Service, which was released from Google Docs and sent by email to the nurses. Within the scope of the research study carried out, it was verified that the Non- Pharmacological Interventions in pain management performed by nurses in the Basic Emergency Service were: the promotion of comfort, the adequacy of the person's positioning, the knowledge of non-pharmacological interventions and the application of heat and cold when appropriate. There are no statistically significant differences (p>0.05) between sociodemographic variables and the use of non-pharmacological pain management interventions by the nurses under study. Male nurses, aged over 55 years, postgraduates, with less time in professional practice, as well as nurses who have worked in BES for 21-30 years, scored more, indicating that these are the participants who know the most about the non-pharmacological interventions for pain management and perform them. The study revealed a prevalence of nurses with no training in pain (52.2%), and, in an analysis by gender, males predominate (62.8%). Training in clinical nursing practice is an essential component, through which the student fully benefits from the on-site experience, with feedback on their performance and acquisition of skills. From the research carried out, it is concluded that there is a need for greater incentives in promoting training in health services to increase knowledge and skills in pain management through non-pharmacological interventions for patients who resort to the Basic Emergency Service, as a guarantee of optimization of the patient's experience.