Intervenções não farmacológicas no controlo da dor no pós-operatório

Publication year: 2018

A dor é uma das principais causas de sofrimento humano, comprometendo a qualidade de vida das pessoas, interferindo no seu bem-estar físico e psicossocial. Com esta investigação pretende-se dar visibilidade às intervenções autónomas de enfermagem na monitorização, controlo e gestão da dor, dando resposta aos seguintes objetivos: i) caracterizar as atitudes dos enfermeiros face ao uso das medidas não farmacológicas, utilizadas pela equipa de enfermagem de um Hospital privado da Zona Centro no controlo da dor, no período pós-operatório; ii) descrever as vantagens e desvantagens percecionadas pelos enfermeiros na utilização das medidas não farmacológicas no controlo da dor no pós-operatório; iii) construir um protocolo de intervenção não farmacológica, no controlo da dor pós-operatória. Realizou-se um estudo qualitativo, recorrendo ao Focus Group, com uma amostra intencional de enfermeiros, que permitiu a construção de um protocolo de intervenção não farmacológica no controlo da dor. Observou-se que é feita uma avaliação inadequada da dor por parte dos profissionais de saúde, incluindo a avaliação inicial, e a exploração das medidas a utilizar no alívio e controlo da dor, sendo as medidas não farmacológicas utilizadas em complemento. A reduzida implementação das medidas não farmacológicas, deve-se a constrangimentos, de campo de ação cognitivo; físico e de recursos humanos. Os benefícios na implementação destas medidas, são a nível de comunicação em enfermagem, a nível de gastos reduzidos no serviço nacional de saúde e a nível de aplicabilidade, dando autonomia à pessoa doente, no controlo da sua dor. O protocolo elaborado, promove a qualidade em enfermagem, na gestão da dor pós-operatória, bem como sensibiliza a utilização das medidas não farmacológicas em combinação com as farmacologias, sendo também um modo de registo das mesmas.
Pain is one of the main causes of human suffering, compromising people's quality of life, interfering with their physical and psychosocial well-being. This research aims to give visibility to autonomous nursing interventions in the monitoring, control and management of pain, responding to the following objectives: i) to characterise nurses' attitudes towards the use of non-pharmacological measures, used by the nursing team of a private hospital in the Central Zone in pain control, in the postoperative period; ii) to describe the advantages and disadvantages perceived by nurses in the use of non-pharmacological measures in postoperative pain control; iii) to build a non-pharmacological intervention protocol in postoperative pain control. A qualitative study was carried out, using Focus Group, with an intentional sample of nurses, which allowed the construction of a protocol of non-pharmacological intervention in pain control. It was observed that an inadequate assessment of pain is made by health professionals, including the initial assessment, and the exploration of the measures to be used in pain relief and control, with non-pharmacological measures being used in addition. The low implementation of non-pharmacological measures is due to cognitive, physical and human resources constraints. The benefits of implementing these measures are in terms of nursing communication, reduced spending on the national health service and applicability, giving autonomy to the patient in controlling their pain. The elaborated protocol promotes quality in nursing, in the management of postoperative pain, as well as sensitises the use of non-pharmacological measures in combination with pharmacologies, being also a way of recording them.