Capacidades autopercecionadas pelo cuidador informal no cuidado à pessoa dependente

Publication year: 2018

Introdução:

O cuidador informal (CI) é uma figura de extrema importância na prestação de cuidados ao utente dependente no autocuidado, tornando-se essencial caracterizar as necessidades e capacidades do mesmo, não desvalorizando os múltiplos impactos inerentes ao exercício do seu papel de cuidador.

Metodologia:

Este estudo correlacional pretendeu relacionar as competências e habilidades autopercecionadas pelo cuidador com a sua experiência no cuidado da pessoa dependente no autocuidado. Os dados foram recolhidos através da aplicação de um questionário a 143 utentes dependentes no autocuidado e aos respetivos cuidadores informais aquando da alta hospitalar.

Resultados:

Os cuidadores são maioritariamente mulheres e as filhas, seguidas do cônjuge assumem a função de cuidador. A maioria dos utentes que cuidam é dependente total no autocuidado de higiene e conforto e dependem totalmente do CI para a gestão da medicação. A maioria dos inquiridos já cuidavam anteriormente do seu familiar dependente antes do internamento. No global dos domínios do autocuidado os CI reconhecem-se mais capazes no pedido de ajuda aos profissionais de saúde e aos familiares e amigos para o desempenho do seu papel. Quanto mais elevado o grau de dependência do seu familiar mais aptos se encontram para cuidar apesar de muitos deles não terem tido sessões de ensino, esclarecimento e de orientação por parte de profissionais de saúde, reconhecendo menos competências no envolvimento da pessoa cuidada no seu autocuidado.

Conclusão:

O profissional de saúde, em especial o enfermeiro deve ser um elo de orientação e de suporte para o cuidador informal da pessoa dependente proporcionando momentos de ensino e sessões de esclarecimentos promovendo a criação de um plano de cuidados o mais individualizado para pessoa, envolvendo-a no autocuidado.

Introduction:

The informal caregiver (IC) is an extremely important figure in the provision of care to the dependent user in self-care, making it essential to characterise their needs and abilities, not devaluing the multiple impacts inherent in the exercise of their role as caregiver.

Methodology:

This correlational study aimed to relate the carer's self-perceived skills and abilities with their experience in caring for the dependent person in self-care. Data were collected through the application of a questionnaire to 143 self-care dependent users and their informal carers at the time of hospital discharge.

Results:

Carers are mostly women and daughters, followed by the spouse assume the role of carer. The majority of carers are fully dependent on self-care for hygiene and comfort and fully dependent on the IC for medication management. The majority of respondents had previously cared for their dependent family member before hospitalisation. In the overall domains of self-care, ICs recognise themselves as more capable in asking for help from health professionals and family and friends to perform their role. The higher the degree of dependence of their family member, the more able they are to care for him or her, despite the fact that many of them have not had teaching, clarification and guidance sessions from health professionals, recognising fewer skills in involving the cared-for person in their self-care.