Atitudes e conhecimentos da população adulta sobre recolha e doação de órgãos e tecidos

Publication year: 2018

Introdução:

A atividade de transplantação de órgãos e tecidos teve um enorme aumento mas a escassez de órgãos continua a ser um fator crucial que afeta os programas de transplantação. Esta temática envolve ainda algum mistério na nossa sociedade, sendo por isso importante avaliar os conhecimentos e atitudes da população, para que conhecendo os mesmos possam ser informados, formados e esclarecidos sobre o processo da recolha e doação de órgãos.

Metodologia:

Este estudo correlacional teve como principais objetivos: conhecer as atitudes e conhecimentos da população adulta face à recolha e doação de órgãos e relacionar as atitudes e conhecimentos da população adulta face a recolha e doação de órgãos e a idade, o sexo, ser dador, ser familiar de recetor de órgãos, ser profissional de saúde e estar inscrito no RENNDA. A amostra ficou constituída por 444 pessoas que responderam ao questionário online através das redes sociais e emails. Para a sua aplicação foram seguidos os princípios da declaração de Helsínquia tendo o protocolo sido aprovado pela Comissão de Ética (Nº CE-IPLEIRIA-16-2018).

Resultados:

A amostra é maioritariamente do sexo feminino (73,6%) da área profissional não ligada a saúde (52,8%), com uma média de idades de 35,39±11,33 anos. A maioria dos participantes concorda com a doação de órgãos, sendo que 81,6% afirma ter intenção de doar os seus órgãos ou tecidos. Em relação aos níveis de conhecimento, podemos afirmar que a população está informada sobre o tema. No entanto há ainda muitas dúvidas e lacunas de conhecimento. A amostra apresenta atitudes positivas sobre a doação e transplante de órgãos. As mulheres e os profissionais de saúde têm atitudes mais positivas face a doação e transplante de órgãos (p<0,05).

Conclusão:

Com a realização deste estudo, foi possível conhecer os conhecimentos e as atitudes da população sobre a doação e transplante de órgãos e tecidos, sendo fundamental sensibilizar a população através de campanhas de formação e informação. A existência de mitos e crenças sobre esta temática demonstra a necessidade de informar e desmistificar, levando a uma decisão consciente e informada.

Introduction:

Organ and tissue transplantation activity has increased dramatically, but organ shortage remains a crucial factor affecting transplantation programmes. This subject still involves some mystery in our society, so it is important to assess the knowledge and attitudes of the population, so that knowing them they can be informed, trained and clarified about the process of organ procurement and donation.

Methodology:

This correlational study had as main objectives: to know the attitudes and knowledge of the adult population regarding organ procurement and donation and to relate the attitudes and knowledge of the adult population regarding organ procurement and donation and age, gender, being a donor, being a family member of an organ recipient, being a health professional and being enrolled in RENNDA. The sample consisted of 444 people who answered the online questionnaire through social networks and emails. The principles of the Declaration of Helsinki were followed for its application and the protocol was approved by the Ethics Committee (No. CE-IPLEIRIA-16-2018).

Results:

The sample is mostly female (73.6%) from the non-health professional area (52.8%), with a mean age of 35.39±11.33 years. Most participants agree with organ donation, with 81.6% stating that they intend to donate their organs or tissues. Regarding the levels of knowledge, we can affirm that the population is informed about the subject. However, there are still many doubts and gaps in knowledge. The sample has positive attitudes towards organ donation and transplantation. Women and health professionals have more positive attitudes towards organ donation and transplantation (p<0.05).

Conclusion:

This study has provided information on the population's knowledge and attitudes towards organ and tissue donation and transplantation, and it is essential to raise awareness through training and information campaigns. The existence of myths and beliefs on this subject demonstrates the need to inform and demystify, leading to a conscious and informed decision.