Avaliação e controlo da dor na pessoa com alterações da comunicação: atitudes, práticas, barreiras e conhecimentos dos enfermeiros

Publication year: 2018

Objetivos:

Nos vários serviços de internamento dos hospitais, e nos serviços de medicina em particular, a dor faz parte do quotidiano dos doentes e dos profissionais que os cuidam. Nas vivências dos processos complexos de doença, a dor é um dos sintomas quase sempre presente. Do ponto de vista da enfermagem, a avaliação e controlo da dor é objeto de preocupação, contudo nem sempre é fácil avaliar e controlar a dor nos doentes com a comunicação comprometida.

Métodos:

Este estudo descritivo-correlacional transversal que explorou e descreveu o fenómeno da avaliação da dor no doente com alteração da comunicação, com os objetivos: avaliar as atitudes, práticas, barreiras e conhecimentos dos enfermeiros na avaliação e controlo da dor no doente com alterações da comunicação verbal, no serviço de medicina. Para tal foi aplicado um questionário de avaliação a 64 enfermeiros e foram extraídos dados informatizados de 100 dos doentes com diagnósticos de comunicação ou consciência alterada limitadores à avaliação da dor.

Resultados:

Os enfermeiros, no geral, apresentaram atitudes positivas em relação à avaliação e controlo da dor. As atitudes menos positivas estão relacionadas com a utilização de opióides. É evidente que existem práticas a melhorar no que concerne à avaliação e controlo da dor. As barreiras identificadas pelos enfermeiros são relativas à avaliação da dor e administração de medicação. Não houve evidência da relação entre a experiência profissional e as atitudes e práticas na avaliação da dor, nem diferenças de acordo com a presença de formação específica.

Conclusão:

O estudo sugere a revisão e reformulação dos programas de formação dirigidos aos enfermeiros na temática da avaliação e controlo da dor, com abordagem específica das boas práticas nos doentes com alterações da comunicação.

Objectives:

In the various inpatient services of hospitals, and in medical services in particular, pain is part of the daily lives of patients and the professionals who care for them. In the experience of complex disease processes, pain is one of the symptoms almost always present. From a nursing point of view, pain assessment and control is a matter of concern, but it is not always easy to assess and control pain in patients with compromised communication.

Methods:

This descriptive-correlational cross-sectional study explored and described the phenomenon of pain assessment in patients with communication impairment, with the objectives: to evaluate the attitudes, practices, barriers and knowledge of nurses in the assessment and control of pain in patients with verbal communication impairment, in the medical service. To this end, an assessment questionnaire was administered to 64 nurses and computerised data were extracted from 100 of the patients with diagnoses of altered communication or awareness limiting pain assessment.

Results:

Nurses overall showed positive attitudes towards pain assessment and control. The least positive attitudes were related to the use of opioids. It is evident that there are practices to improve regarding pain assessment and control. The barriers identified by nurses are related to pain assessment and medication administration. There was no evidence of a relationship between professional experience and attitudes and practices in pain assessment, nor differences according to the presence of specific training.

Conclusion:

The study suggests a review and reformulation of training programmes for nurses in pain assessment and control, with a specific approach to good practice in patients with communication disorders.