Análise psicométrica da versão portuguesa da escala Nursing Work Index-Revised
Publication year: 2020
O contexto de trabalho onde os enfermeiros prestam cuidados desempenha um papel
relevante nos resultados para o cliente, para os enfermeiros e respetivas equipas e
para a organização. Existe, portanto, que dispor de meios que permitam avaliar o
Ambiente de Prática de Enfermagem (APE) permitindo uma melhoria contínua da
qualidade dos cuidados de enfermagem. A utilização deste tipo de ferramentas é
essencial para medir e avaliar o APE, por forma a serem antecipados problemas e
dificuldades que possam surgir nas organizações. Um desses instrumentos é o
Nursing Work Index-Revised (NWI-R) que foi traduzido e adaptado para o contexto
cultural português por Benito e Lucas em 2015. Este trabalho dá seguimento ao estudo
iniciado nesse ano fazendo a avaliação das propriedades psicométricas da versão
portuguesa do NWI-R.
Este estudo tem como pergunta de investigação “A escala de NWI-R-PT tem as
propriedades psicométricas adequadas?” e como objetivos avaliar as propriedades
psicométricas da escala NWI-R-PT, analisar a fiabilidade e a validade da escala NWIR em Portugal, bem como analisar o APE em contexto hospitalar.
Para tal, realizou-se um estudo quantitativo, observacional, descritivo-transversal,
recorrendo aos dados da área de investigação: Ambiente Organizacional da Saúde:
Qualidade e Gestão de Cuidados, da UI&DE da ESEL, contendo uma amostra de 767
enfermeiros de quatro hospitais públicos em Portugal. A fiabilidade foi avaliada através
da consistência interna, utilizando o coeficiente de Alpha de Cronbach onde se obteve
0,906, com a exclusão de 23 itens. A validade de construto foi avaliada através da
análise fatorial, cuja análise fatorial exploratória e confirmatória deu origem a um
modelo de 6 dimensões que explica 53,178% da variância total da escala. Assim,
obtivemos uma escala com 6 dimensões e 31 itens.
Deste modo, a escala NWI-R-PT reúne todas as condições para estudar o APE em
todas as organizações de saúde de Portugal, nomeadamente em ambiente hospitalar,
cuidados de saúde primários e cuidados continuados integrados, entre outros.
The work context where nurses provide care plays an important role in the results for
the client, for nurses and their teams and for the organization. Therefore, it is necessary
to have the means to assess the Nursing Practice Environment (NPE), allowing a
continuous improvement in the quality of nursing care. The use of this type of tools is
essential to measure and evaluate the NPE, in order to anticipate problems and
difficulties that may arise in organizations. One of these instruments is the Nursing
Work Index-Revised (NWI-R), which was translated and adapted to the Portuguese
cultural context by Benito and Lucas in 2015. This work follows on from the study
started that year by assessing the psychometric properties of the Portuguese version
NWI-R.
This study has the research question "Does the NWI-R-PT scale have adequate
psychometric properties?" and as objectives, to evaluate the psychometric properties
of the NWI-R-PT scale, to analyze the reliability and validity of the NWI-R scale in
Portugal, as well to analyze the EPA in a hospital context.
To this end, a quantitative, observational, descriptive cross-sectional study was carried
out, using data from the research area: Organizational Health Environment: Quality
and Care Management, from ESEL's UI&DE, containing a sample of 767 nurses from
four public hospitals in Portugal. Reliability was assessed through internal consistency,
using Cronbach's Alpha coefficient where 0.906 was obtained, with the exclusion of 23
items. Construct validity was assessed through factor analysis, whose exploratory and
confirmatory factor analysis gave rise to a 6-dimension model that explains 53.178%
of the total variance of the scale. Thus, we obtained a scale with 6 dimensions and 31
items.
In this way, the NWI-R-PT scale brings together all the conditions to study the EPA in
all health organizations in Portugal, namely in the hospital environment, primary health
care and integrated continuous care, among others.