Publication year: 2021
Introdução:
O crescente interesse pelo estudo da resiliência dos trabalhadores na área da saúde tem como reflexo a necessidade do investimento em prevenção de problemas e promoção da saúde no ambiente organizacional. Neste contexto, o reconhecimento dos fatores individuais e ambientais que interferem neste processo, através da aplicação de modelos têm se constituí em importante estratégia, sendo que tais iniciativas precisam ainda ser desenvolvidas no Brasil. Objetivo:
Realizar a adaptação transcultural do modelo Health Services Workplace Environmental Resilience Model (HSWERM) da língua inglesa para a língua portuguesa do Brasil. Métodos:
Trata-se de um estudo metodológico, de abordagem qualitativa e medidas quantitativas, que foi realizado no período de agosto de 2020 a março de 2021, em um hospital de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A adaptação transcultural compreendeu as seguintes etapas:
tradução inicial; síntese das traduções, retrotraduções, estudo piloto, comitê de especialistas; pré-teste da versão consensuada pelos especialistas a uma amostra aleatória de 46 enfermeiros e envio à autora principal do modelo original para avaliação. Resultados:
As discordâncias entre traduções relacionaram-se à lexicografia, supressões, acréscimos de palavras e ao formato do modelo em colunas. O HSWERM-Brasil se mostrou compreensível e de fácil aplicação. Nenhum fator foi acrescido ou suprimido. Foram realizadas várias adequações para a realidade brasileira. O título do modelo traduzido conservou o nome em inglês e a sigla original acrescida de Brasil. A avaliação do comitê de especialistas demonstrou que as versões mantiveram a equivalência semântica e idiomática do conteúdo. Para análise de evidências de validade de conteúdo e as baseadas na estrutura interna, foi aplicado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), com valor de 1,00. A média do IVC para todos os domínios do modelo, que representa a validade de conteúdo global do HSWERM-Brasil foi 1,00, ou seja, todos os especialistas concordaram que os domínios têm conteúdo válido. Valores adequados das equivalências comprovaram a confiabilidade do modelo adaptado. Modificações importantes foram realizadas para garantir a validade do HSWERM-Brasil. No tocante ao IVC, o HSWERM-Brasil modelo teórico apresentou índices de equivalência satisfatórios entre enfermeiros da Atenção Primária em Saúde, outra configuração de assistência à saúde e não só em unidades hospitalares. Conclusões:
Os resultados indicaram uma equivalência semântica satisfatória entre o modelo traduzido e o original em todos seus domínios. O HSWERM-Brasil inova ao possibilitar seu uso em outros níveis de atenção à saúde. A versão brasileira foi considerada de fácil entendimento e apropriada para auxiliar gestores no mapeamento e implementação de ações que promovam a resiliência dos trabalhadores na área da saúde em geral e não apenas no contexto hospitalar. Como limitação do estudo tem-se o quantitativo resumido de especialistas. Novos estudos devem realizar a validação do modelo em outros contextos extra-hospitalares no país.
Introduction:
The growing interest in studying the resilience of health workers reflects the need to invest in problem prevention and health promotion in the organizational environment. In this context, the use of models to identify individual and environmental factors interfering in this process has become an important strategy, considering that such initiatives still need to be developed in Brazil. Aim:
To carry out the cross-cultural adaptation of the Health Services Workplace Environmental Resilience Model (HSWERM) from English to Brazilian Portuguese. Methods:
This is a methodological study, with a qualitative approach and quantitative measurements, which was carried out from August to March 2021, in a hospital in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The cross-cultural adaptation comprised the following steps: initial translation; synthesis of translations, back translations, pilot study + expert committee; pre-test of the version agreed by the experts in a random sample of 46 nurses and sending the adapted version to the main author of the original model for assessment. Results:
Disparities between translations were about lexical choice, deletions, additions of words and the format of the model in columns. The HSWERM-Brasil was shown to be understandable and easy to apply. No factors were added or deleted. Several adjustments were made to the Brazilian reality. The model title was translated without adaptations and the original acronym was kept, but with “Brasil” added to it. The assessment of the expert committee showed that the versions maintained the semantic and idiomatic equivalence of the content. For the analysis of content validity evidence and validity evidence based on the internal structure, the Content Validity Index (CVI) was applied, with a CVI value of 1.00. The average CVI for all domains in the model, which represents the global content validity of the HSWERM-Brasil, was 1.00, that is, all experts agreed that the domains have valid content. Adequate equivalence values proved the reliability of the adapted model. Important modifications were made to ensure the validity of the HSWERM-Brasil. Regarding the CVI, the HSWERM-Brasil theoretical model presented satisfactory equivalence values among nurses in Primary Health Care, another configuration of health care and not only in hospital units. Conclusions:
The results indicated a satisfactory semantic equivalence between the translated model and the original in all its domains. The HSWERM-Brasil innovates by enabling its use at other levels of health care. The Brazilian version was considered easy to understand and appropriate to assist managers in mapping and implementing actions that promote the resilience of workers in the health area in general and not just in the hospital context. One limitation of this study was the small number of experts. New studies should carry out the validation of the model in other out-of-hospital contexts in the country.