Publication year: 2017
Introdução:
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil e as cirurgias cardíacas são consideradas um procedimento de alta complexidade e apesar de melhorar a sobrevida e qualidade de vida dos indivíduos não está isento de riscos. Umas das principais complicações no pós-operatório é a infecção. Objetivo:
identificar os fatores de risco associados à ocorrência de IRAS em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em um hospital, público, geral e de ensino, de Minas Gerais, no período de julho de 2005 a novembro de 2015. Métodos:
trata-se de um estudo retrospectivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa, que analisou 725 prontuários de pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca. Ressalta-se que o paciente foi considerado no estudo uma única vez. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento contendo variáveis sociodemográficas, clínicas e referentes ao perioperatório o qual foi validado quanto à forma e conteúdo por cinco especialistas na temática. Os dados foram inseridos em uma planilha eletrônica do programa Excel® versão para Windows XP® validados por dupla entrada (digitação) para verificação de inconsistências e após a correção dos erros, os dados foram exportados para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0 para Windows XP® onde foi construído o banco definitivo e procedeu-se a analise estatística descritiva e analítica Resultados: a população do presente estudo foi constituída por 725 prontuários, houve predominância do sexo feminino, média de idade de 55,8 anos e a taxa global de infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) foi de 26,9%, sendo a infecção do trato respiratório (20,8%) a mais frequente, seguida por infecção do sítio cirúrgico (ISC) (8,1%). Os principais preditores para a ocorrência de IRAS foram doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ter apresentado intercorrência no intraoperatório, tempo de intubação > 24 horas, reintubação e hemotransfusão no pós-operatório. A incidência de óbito foi maior entre os pacientes que desenvolveram IRAS (30,3%) quando comparado com os que não tiveram infecção (4,3%). O tempo médio de permanência hospitalar pós-operatória foi maior para os pacientes com IRAS (23,4 dias). Conclusão:
O presente estudo permitiu identificar os principais preditores para a ocorrência de IRAS nos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Medidas direcionadas para a promoção da saúde e para controle de IRAS durante a hospitalização podem contribuir para minimizar esse evento e garantir uma assistência à saúde mais segura
Introduction:
Cardiovascular diseases are still the main cause of death in Brazil, and thoracic surgeries are considered a high-complexity procedure, as despite increasing the survival and improving the quality of life of individuals, it is not risk free. Infection is one of the main complications in the post-operative period. Objective:
to identify the risk factors associated with the occurrence of healthcare-associated infections (HAI) in patients submitted to thoracic surgery in a public general teaching hospital, in Minas Gerais, from July 2005 to November 2015. Methods:
a retrospective, cross section study, using a quantitative approach, was developed to analyze 725 medical records of adult patients submitted to thoracic surgery. It is noteworthy that patients were considered only once in the study. Data were collected using an instrument containing sociodemographic and clinical variables, as well as data on the perioperative period, which was validated as for its face and content by five experts on the theme. The collected data were inserted into an Excel® for Windows XP® spreadsheet and validated by double entry (typing) in order to verify the existence of inconsistencies and, after the correction of errors, the data were exported to the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 18.0 for Windows XP®, where the final database was built, proceeding to a descriptive and analytical statistical analysis. Results:
the population of the study was made up of 725 medical records, in which there was a predominance of women, with a mean age of 55.8 years and an overall rate of HAI of 26.9%, with respiratory tract infections (20.8%) being the most frequent, followed by surgical site infection (8.1%). The main predictors for the occurrence of HAI were chronic obstructive pulmonary disease, having had a complication in the intraoperative period, length of intubation > 24 hours, reintubation and hemotransfusion in the post-operative period. The incidence of death was higher among patients who developed HAI (30.3%) when compared to those who did not have an infection (4.3%). The mean length of post-operative hospital stay was higher among patients with HAI (23.4 days). Conclusion:
The present study allowed to identify the main predictors for the occurrence of HAI in patients submitted to thoracic surgery. Measures targeted at health promotion and HAI control during hospitalization can contribute to minimize this event and guarantee the delivery of safe health care