Análise da adesão dos profissionais à higienização das mãos numa unidade local de saúde de Portugal entre 2018-2021

Publication year: 2023

As infeções Associadas aos Cuidados de Saúde são um problema de saúde à escala mundial, com implicações significativas na morbilidade e mortalidade, nos custos para doentes, famílias e sociedade e na qualidade dos cuidados de saúde. A principal forma de prevenção das infeções é uma medida simples de higienização das mãos (HM) e do próprio local.

Objetivos:

Analisar a adesão dos profissionais de saúde à HM numa Unidade Local de Saúde (ULS) de Portugal, no período de 2018-2021.

Metodologia:

Desenvolveu-se um estudo transversal analítico. A população são todos os profissionais de uma ULS de Portugal, a amostra são todos os profissionais que foram sujeitos a uma ou mais observações de HM entre 2018-2021, constituindo uma amostra de 13 610 observações. O instrumento de recolha de dados foi uma grelha de registo, elaborada em programa SPSS, para onde foram transpostos os dados, que foram fornecidos pela coordenadora local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), anonimizados, após parecer favorável da Comissão de Ética (n.o 55/2022).

Resultados:

Observamos que a taxa global de adesão à HM foi de 80,26%. As maiores taxas de adesão verificaram-se no ano de 2021 (86,46%), no quarto momento (87,44%), nos enfermeiros (87,69%), no departamento da saúde da mulher da criança (84,92%). As menores taxas de adesão verificaram-se no ano 2018 (74,56%), no segundo momento (70,11%), nos médicos (72,60%), no departamento de urgência, emergência e cuidados intensivos (72,57%). Pode constatar-se que existem diferenças, estatisticamente significativas, na taxa de adesão dos profissionais à HM por departamentos, ano e profissionais (p<0,05).

Conclusão:

Concluímos que a taxa de adesão dos profissionais à HM é inferior ao recomendado pela DGS. O ano de 2018, o segundo momento de higienização, os médicos e o departamento de Urgência, Emergência e Cuidados Intensivos apresentaram taxas de adesão mais baixas e com diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Sugerimos sensibilizar, através de campanha periódicas de HM, lembretes e auditorias. A realização de outros estudos que permitam inferências para a população.
Healthcare-Associated Infections are a global health problem, with significant implications for morbidity and mortality, costs for patients, families and society, and the quality of health care. The main form of infection prevention is a simple measure of hand hygiene (HH) and the local itself.

Objectives:

To analyze the adherence of health professionals to HH in a Local Health Unit (ULS) in Portugal, in the period 2018-2021.

Methodology:

An analytical cross-sectional study was developed. The population is all professionals of a ULS in Portugal, the sample is all professionals who were subject to one or more observations of HH between 2018-2021, constituting a sample of 13 610 observations. The data collection instrument was a registration grid, elaborated in an SPSS program, to which the data were transposed, which were provided by the local coordinator of the Program for the Prevention and Control of Infections and Antimicrobial Resistance (PPCIRA), anonymized, after a favorable opinion of the Ethics Committee (no. 55/2022).

Results:

We observed that the overall rate of adherence to HH was 80.26%. The highest rates of adherence were observed in 2021 (86.46%), in the fourth moment (87.44%), in nurses (87.69%), and in the department of women's health and children (84.92%). The lowest adherence rates were observed in 2018 (74.56%), in the second moment (70.11%), in physicians (72.60%), and in the urgency, emergency, and intensive care department (72.57%). It can be seen that there are statistically significant differences in the rate of adherence of professionals to HH by department, year, and professionals (p<0.05).

Conclusion:

We conclude that the adherence rate of professionals to HH is lower than that recommended by the DGS. In the year 2018, the second moment of hygiene, doctors, and the department of urgency, emergency, and intensive care presented lower adherence rates with statistically significant differences between the groups. We suggest raising awareness of this situation, through periodic HH campaigns, reminders, and audits. The performance of other studies that allow inferences for the population.