Publication year: 2020
Introdução:
Novas formas de integração dos serviços de saúde têm sido propostas, com base no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), principalmente, por meio de seu atributo de coordenação, colocando-a como um eixo estruturante dos Sistemas Universais de Saúde. Uma das propostas de integração constitui-se na implementação de Redes de Atenção à Saúde, conceituadas como os serviços e ações que intervêm em processos de saúde-doença em diferentes densidades tecnológicas, logísticas e de gestão. Objetivo:
Avaliar a capacidade da Atenção Primária à Saúde para coordenar as Redes de Atenção à Saúde. Métodos:
Tratou-se de um estudo do tipo transversal analítico, que foi realizado nas Unidades de Saúde da Atenção Primária do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram selecionadas 41 Unidades de Saúde por meio de amostragem aleatória sistemática. A amostra do estudo foi composta por 371 trabalhadores de saúde, selecionados por meio de amostragem por cotas. Para a coleta dos dados foi aplicado o Instrumento de Avaliação da Coordenação das Redes de Atenção à Saúde pela Atenção Primária (COPAS), no período de novembro de 2018 a maio de 2019. Resultados:
A idade mediana foi de 39 anos, com um intervalo interquartílico de 32 a 48 anos. O tempo mediano de serviço na APS foi de 6 anos, com intervalo interquartílico de 4 a 10 anos. A fidedignidade do instrumento, avaliada por meio do coeficiente Alfa de Cronbach, demonstrou que todas as dimensões tiveram coeficientes acima de 0,70. Quando comparadas as dimensões do COPAS com os modelos de atenção à saúde (Estratégia de Saúde da Família e Unidade Básica de Saúde Tradicional) não houve diferença significativa entre os escores (p<0,005). Constatou-se o menor escore da dimensão “Sistemas Logísticos” (registro eletrônico, sistemas de acesso e regulação e os sistemas de transporte) em relação às demais dimensões do instrumento. A dimensão “Sistemas de Apoio” (serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, sistemas de informação e sistemas de teleassistência) obteve o menor escore na comparação com as Gerências Distritais. O escore global da avaliação da capacidade da APS em coordenar redes de atenção atingiu 60,01%. Conclusões:
A análise da capacidade da APS em coordenar as RAS mostra-se relevante no escopo da avaliação em saúde e na implementação do cuidado integrado. Além disso, reafirma o papel central da APS como porta de entrada do sistema de saúde, ordenadora de fluxos dos sistemas de saúde. O estágio de desenvolvimento da APS, classificada como “Condição boa, requer a implementação e utilização de tecnologias da informação, protocolos para regulação dos serviços e garantia de acesso aos serviços de saúde. Essas ações revelam-se necessárias para melhoria do cuidado sequencial e complementar entre os níveis de atenção.
Introduction:
Based on reinforcement of Primary Health Care (PHC) it has been proposed recent ways of integrating the health services mainly focusing on the coordination attribute and thus considering it as a structuring axis of the Universal Health Care Systems. As example of integration proposals, the stablishing of Health Care Systems is taken as part of it and also taken into account as services and actions which operate on health-disease processes in different technological, logistical and management densities. Objective:
To Assess the Primary Health Care capacity in order to coordinate Health Care Systems. Methods:
This is an analytical cross-sectional study, carried out in Primary Care Health Units in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Therefore, 41 Health Units were selected through systematic random sampling composed of 371 health workers, selected through quota sampling. The Assessment of the Coordination of Integrated Health Service Delivery Networks by Primary Health Care Instrument (COPAS) was applied as data collecting tool, from November 2018 to May 2019. Results:
The median age was 39 years, with an interquartile range of 32 to 48 years. The median length of service in PHC was 6 years, with an interquartile range of 4 to 10 years. The instrument’s reliability, assessed by means of the Cronbach’s Alpha coefficient, demonstrated that all dimensions had coefficients above 0.70.
When the dimensions of COPAS were compared with the models of health care systems as Family Health Strategy and Basic Unit of Traditional Health, no significant difference between the scores (p <0.005) were evidenced. The lowest score of the dimension “Logistic Systems” (electronic record, access and regulation systems and transport systems) was found in relation to the other dimensions of the instrument. The “Support Systems” dimension (diagnostic and therapeutic support services, information systems and tele-assistance systems) presented the lowest score upon being compared with the District Managements. The assessment global score regarding Heath Care Systems reached 60.01%. Conclusion:
The analysis of the PHC’s ability to coordinate the Health Care Network is relevant in the scope of health assessment and in the implementation of integrated care. In addition, it reaffirms the central role of PHC as a gateway to the health system, organizing health system flows. The PHC development stage, classified as “In a good condition, requires the implementation and use of information technologies, protocols for regulating services and ensuring access to health services. These actions are necessary to improve sequential and complementary care between levels of care.