A preceptoria de enfermagem obstétrica: proposta de diretrizes extraídas das vivências de preceptoras da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro
Publication year: 2018
No cenário da enfermagem obstétrica, a preceptoria instituída, refere-se aos profissionais do
Sistema Único de Saúde que não são vinculadas as instituições de Ensino Superior, porém com
importante papel na inserção e socialização do pós-graduado no treinamento em serviço. Por
esse motivo investiga-se como o preceptor de enfermagem obstétrica vivencia a práxis de
formação e seus desafios, para proposição de diretrizes orientadoras, pois são as exigências do
cuidado e suas nuances que vão dando forma de como fazer “preceptoria”. Todavia, conversar
e trazer à tona a práxis, favorece a configuração de seu “papel social” e quem sabe, dá
identidade e visibilidade a essa prática. Trata-se de pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva,
transversal, que foi desenvolvida em uma Maternidade Pública do Município do Rio de Janeiro,
num encontro, utilizando-se o método World Café junto a 17 preceptores de enfermagem
obstétrica da SMS/RJ presentes, respeitando-se os aspectos éticos, de acordo com a
Resolução466/12. Assim, fomentou-se uma rede viva de diálogo colaborativo a fim de
responder questões relevantes da práxis dos preceptores, o que possibilitou análise de conteúdo
dos temas emergentes conforme proposto por Bardin. Nesse sentido, os resultados apresentados
e a discussão foram os dados construídos em unidades de registros referentes aos discursos
produzidos. Assim, construiu-se material técnico instrucional intitulado “Proposta de Diretrizes
de preceptoria de Enfermagem Obstétrica” que foi também validado, posteriormente, pelo
grupo de participantes. Percebe-se que a maior questão é não se ter um desenho da identidade
desse preceptor; que o conhecimento prévio da especialidade é fundamental, mas é
compreensível, pois estão pela primeira vez se reuniram para discutir o que vem a ser essa
preceptoria e a relação com o residente; não há um curso preparatório para a preceptoria em
enfermagem obstétrica e ainda ela se confunde com vários papéis profissionais. Comentou-se
que a prática pedagógica que realizam é assistemática e depreendeu-se que o desejo de
concretude do “papel social” é o que o move a contribuir na formação de alguém num exercício
atitudinal intrínseco. A preceptoria tem estilo pessoal, desafiador, se dá nos processos de
conflito da existência profissional e individual. Outro destaque foi que o preceptor é um
facilitador da aprendizagem na práxis, e por vezes fica sobrecarregado. Precisa-se entender em
que proporcionalidade estamos usando ou subutilizando esse profissional. Sem ser pago por
essa atividade, com excesso de responsabilidade e ademais a saúde mental do profissional fica
comprometida. Esses enfermeiros obstétricos vão cumprindo seu papel social, implicados nos
objetivos do SUS; lutam para que todos os profissionais que envolvem a enfermagem obstétrica
pesquisem e criem evidências de posturas exitosas de preceptoria e do cotidiano da práxis.
In the scenario of obstetric nursing, the instituted preceptorship refers to professionals of
Unified Health System who are not linked to institutions of Higher Education, but with an
important role in the insertion and socialization of the postgraduate in-service training. For this
reason, it investigates how the preceptor of obstetric nursing experiences the praxis of training
and its challenges, to propose directives, because it is the care requirements and their nuances
that give form to how to "preceptorship”. However, talking and bringing up the praxis, favors
the configuration of its” social role" and who knows, gives identity and visibility to this practice.
This is a qualitative, exploratory, descriptive, cross-sectional research, which was developed in
a Public Maternity of the Municipality of Rio de Janeiro, in a meeting, using the World Café
method together with 17 obstetric nursing preceptors from the SMS / RJ present, respecting the
ethical aspects according to Resolution 466/12.Thus, a living network of collaborative dialogue
was developed in order to answer relevant questions to the preceptors' praxis, which made
possible the content analysis of emerging themes as proposed by Bardin. In this sense, the
presented results and the discussion were the data constructed in units of records referring to
the discourses produced. Thus, technical instructional material entitled "Proposed Guidelines
for Obstetric Nursing" was constructed and later validated by the group of participants. It is
noticed that the biggest question is not to have a drawing of the identity of this preceptor; that
the previous knowledge of the specialty is fundamental, but it is understandable, because for
the first time they are meeting to discuss what this preceptor is and the relationship with the
resident; there is no preparatory course for the preceptor in obstetric nursing and it is still
confused with several professional roles. It was commented that the pedagogical practice they
perform is an unsystematic way and it was understood that the desire for concreteness of the
"social role" is what moves them to contribute to the formation of someone in an intrinsic
attitudinal exercise. The preceptorship has a personal, challenging style, it occurs in the
processes of conflict of professional and individual existence. Another important point was that
the preceptor is a facilitator of learning in the praxis, and sometimes it becomes overwhelmed.
We need to understand in what proportionality we are using or underutilizing this professional.
Without being paid for this activity, with excessive responsibility and in addition the mental
health of the professional is compromised. These obstetric nurses are fulfilling their social role,
involved in the objectives of SUS; they fight so that all professionals involving obstetric nursing
research and create evidence of successful postures of preceptor and praxis daily life.