Validação do protocolo assistencial de enfermagem para mulheres com câncer de mama em quimioterapia cardiotóxica

Publication year: 2022

Introdução:

O câncer é responsável por 13% das causas de óbitos no mundo, sendo o de mama a primeira causa de mortes em mulheres no Brasil. Apesar dos benefícios da quimioterapia, estudos têm identificado efeitos cardiotóxicos a curto e longo prazo em mulheres com câncer de mama. Diante disso, a avaliação e manejo do enfermeiro de mulheres com câncer de mama submetidas a quimioterapia é fundamental para prevenção e reconhecimento precoce destes efeitos. Apesar disso, ainda não existem protocolos assistenciais de enfermagem para acompanhamento de mulheres com câncer de mama.

Objetivo:

Validar o conteúdo do Protocolo Assistencial de Enfermagem para Mulheres com Câncer de Mama submetidas à Quimioterapia Cardiotóxica.

Método:

Estudo metodológico realizado em três etapas: adaptação do conteúdo e modelo de um protocolo assistencial de enfermagem para pacientes adultos submetidos à terapia oncológica cardiotóxica para utilização com mulheres com câncer de mama de acordo com Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation (AGREE II); avaliação da qualidade do protocolo por quatro enfermeiras especialistas na área de oncologia (02) e cardiologia (02). Foi utilizada uma escala likert de 7 pontos para avaliação. As médias foram calculadas de acordo com as notas dos especialistas em cada domínio proposto; validação do conteúdo do protocolo quanto a clareza, pertinência e relevância por 19 enfermeiros assistenciais com análise dos dados pelo índice de validação do conteúdo e análise de concordância pelo teste de Gwet. Foram realizados ajustes no protocolo para atender as sugestões dos experts e por fim, o protocolo foi validado por consenso com experts na área.

Resultados:

As quatro pesquisadoras atribuíram média de superior a cinco de acordo com os critérios avaliados no AGREEII. A avaliação da clareza, pertinência e relevância do protocolo obteve índice de validação de conteúdo global superior a 0,9 em todos os critérios (p˂0,001) por enfermeiros da prática assistencial. Por último, foi realizado um comitê de especialistas formado por enfermeiros pesquisadores e enfermeiros assistenciais na área de cardiologia e oncologia que, por consenso em duas reuniões, realizaram uma revisão e a validação do conteúdo do protocolo.

Conclusão:

O protocolo assistencial de enfermagem para mulheres com câncer de mama irá contribuir para uma prática de enfermagem pautada em evidências científicas, facilitando a identificação e manejo de sinais e sintomas cardiotóxicos, prevenindo complicações cardiovasculares e contribuindo para a documentação e informação sobre estes efeitos em mulheres com câncer de mama.

Introduction:

Cancer is responsible for 13% of the causes of death in the world, with breast cancer being the leading cause of death in women in Brazil. Despite the benefits of chemotherapy, studies have identified short- and long-term cardiotoxic effects in woman with breast cancer. In this scenario, the nurse’s assessment and management of woman with breast cancer undergoing chemotherapy is essential for prevention and early recognition of these effects. However, there are no nursing care protocols for monitoring women with breast cancer.

Objectives:

Validate the content of the Nursing Care Protocol for Women with Breast Cancer undergoing Cardiotoxic Chemotherapy.

Method:

Methodological study carried out in three stages: adaptation of the nursing care protocol for adult patients undergoing cardiotoxic cancer therapy for women with breast cancer according to the Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation (AGREE II); protocol quality assessment by four specialist nurses in the fields of oncology (02) and cardiology (02). A 7-point Likert scale was used for evaluation. The averages were calculated according to the experts’ scores in each proposed domain; validation of protocol content regarding clarity, suitability and relevance by 19 oncology care nurses with data analysis using the content validation index and agreement analysis using the Gwet test. Adjustments were made to the protocol to answer the researchers’ suggestions and, finally, the protocol was validated by consensus with experts in the field.

Results:

The four researchers attributed an average of more than five according to the criteria evaluated in the AGREE. The assessment of clarity, suitability and relevance of the protocol obtained a global content validation index higher than 0.9 in all criteria (p˂0.001) by nurses working in the care practice. Finally, a committee of specialists formed by research nurses and clinical nurses in the area of cardiology and oncology was created and, by consensus in two meetings, carried out a review and validation of the protocol content.

Conclusion:

A nursing care protocol for women with breast cancer will contribute to a nursing practice based on scientific evidence, facilitating the identification and management of cardiotoxic signs and symptoms, preventing cardiovascular complications and contributing to the documentation and information about these effects in women with breast cancer