Publication year: 2023
INTRODUÇÃO:
O conceito de autonomia é multidimensional, sendo a sua promoção/manutenção um direito fundamental da pessoa e um dever dos profissionais de saúde, nomeadamente dos enfermeiros. Acredita-se que o esclarecimento e a reflexão em torno deste conceito melhorariam a qualidade dos cuidados de enfermagem, tendo o Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação, um papel primordial na manutenção/promoção da autonomia, sendo o idoso a faixa etária com maior vulnerabilidade e fragilidade. OBJETIVO:
Identificar a perceção dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação, de um Agrupamento de Centros de Saúde de Portugal, quanto à implementação das intervenções promotoras da autonomia nos cuidados que prestam aos idosos. METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, descritivo-correlacional. A amostra é não probabilística por conveniência e participaram no estudo 18 Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação que trabalham nas Equipas de Cuidados Continuados Integrados de um Agrupamento de Centros de Saúde de Portugal. A recolha de dados foi realizada com o preenchimento de um questionário online, onde foi aplicada a Escala de Autoavaliação da Promoção da Autonomia dos Idosos. RESULTADOS:
As dimensões que a amostra perceciona investir mais são o “Desenvolvimento de intervenções avaliativas na área do autocuidado” (M= 3.69, DP= 0.69), a “Capacitação do Cuidador” (M= 3.50, DP= 0.66), o “Desenvolvimento de intervenções emocionais, sociais e de autocuidado” (M= 3.34, DP= 0.634) e o “Desenvolvimento de intervenções físicas e cognitivas” (M= 3.25, DP= 0.79). As dimensões que a amostra perceciona investir menos são o “Desenvolvimento de intervenções de atividades instrumentais de vida diária” (M=2.12, DP= 0,67) e o “Desenvolvimento de intervenções avaliativas nas áreas emocionais, cognitivas e sociais” (M= 2.74, DP= 1.06). Observou-se também uma correlação negativa moderada e estatisticamente significativa (r= -0.554, p<0.05) entre a dimensão “Desenvolvimento de intervenções de atividades instrumentais de vida diária” e o Tempo total de experiência profissional como Enfermeiro, pelo que, estes resultados sugerem que os enfermeiros com mais anos de experiência profissional promovem menos este item. CONCLUSÃO:
Os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação parecem dar mais importância às intervenções avaliativas do autocuidado e da capacitação dos cuidadores, e menos importância às intervenções de atividades instrumentais de vida diária e às intervenções avaliativas nas áreas emocionais, cognitivas e sociais. Todavia, desenvolvem intervenções para a promoção da autonomia em todas as suas dimensões.
INTRODUTION:
The concept of autonomy is multidimensional, being its promotion/maintenance a fundamental right and a duty of health professionals, namely nurses. It is believed that clarifying and reflecting on this concept would improve the quality of nursing care, with the Specialist Nurse in Rehabilitation Nursing playing a key role in maintaining/promoting autonomy, being the elderly the most vulnerable age group. OBJECTIVE:
To identify the perception of Specialist Nurses in Rehabilitation Nursing, from a Group of Health Centers in Portugal, regarding the implementation of autonomy-promoting interventions in the care they provide to the elderly. METHODOLOGY:
This is a quantitative, descriptive-correlational study. The sample is non-probabilistic by convenience and participated 18 Specialist Nurses in Rehabilitation Nursing working in Integrated Continuous Care Teams from a Group of Health Centers in Portugal. Data collection was done by filling out an online questionnaire, where the Self-Assessment Scale of Elderly Autonomy was applied. RESULTS:
The dimensions that the sample perceives to invest the most are "Development of evaluative interventions in self-care" (M= 3.69, DP= 0.69), "Caregiver Empowerment" (M= 3.50, DP= 0.66), "Development of emotional, social, and self-care interventions" (M= 3.34, DP= 0.634), and "Development of physical and cognitive interventions" (M= 3.25, DP= 0.79). The dimensions that the sample perceives to invest the least are "Development of interventions for instrumental activities of daily living" (M=2.12, DP= 0,67) and "Development of evaluative interventions in emotional, cognitive, and social areas" (M= 2.74, DP= 1.06). A moderate, statistically significant negative correlation (r= -0.554, p<0.05) was also observed between the dimension "Development of interventions for instrumental activities of daily living" and the Total Time of Professional Experience as a Nurse, therefor, these results suggest that nurses with more years of professional experience promote this item less. CONCLUSION:
Specialist Nurses in Rehabilitation Nursing seem to attach more importance to evaluative interventions in self-care and caregiver empowerment, and less importance to interventions in instrumental activities of daily living and evaluative interventions in emotional, cognitive, and social areas. However, they develop interventions to promote autonomy in all its dimensions.