Publication year: 2022
Enquadramento:
O Aleitamento Materno(AM) é reconhecidamente a melhor forma de alimentar o recém- nascido, sendo que a Organização Mundial da Saúde recomenda o AME(Aleitamento Materno Exclusivo) até aos 6 meses de idade. As vantagens são múltiplas e documentadas, tanto no período neonatal, como na infância e vida adulta, constituindo uma prioridade da Direção Geral da Saúde.
Por constituir um processo complexo, emerge a necessidade de apoio de profissionais capacitados, nomeadamente Enfermeiros ESMO, tanto no pós-parto imediato como na continuidade de cuidados na comunidade. Com a pandemia por Covid-19, foi observada uma redução na acessibilidade a estes cuidados fundamentais por parte das mães e famílias.
Objetivos:
identificar os problemas na amamentação referidos pelas mulheres nos primeiros 6 meses; conhecer as estratégias utilizadas pelas mulheres para a resolução dos problemas identificados; propor intervenções de enfermagem que contribuam para a resolução dos problemas sobre a amamentação apresentados pelas mulheres.
Métodos:
Estudo de natureza quantitativa não experimental, retrospetivo, descritivo e exploratório. Amostra constituída por 96 mães com partos entre setembro de 2020 e setembro de 2021, selecionadas segundo amostragem não probabilística por conveniência. Os dados foram recolhidos através de formulário on-line entre 10/04/22 a 19/04/22. Procedeu-se à análise descritiva dos mesmos.
Resultados:
as participantes têm média de idade de 34 anos, formação académica superior (87%), casadas ou em união de facto e 90,6% têm emprego em tempo completo e 63,6tiveram parto eutócico. A maioria das participantes reside na cidade (58,3%). Amamentaram pela primeira vez 60,4% das mulheres e 82,3% na primeira hora de vida. Praticaram AME 67,7% até aos 6 meses de vida do bebé (31%), sendo a amamentação classificada como ?desafiante?. As dificuldades sentidas foram no primeiro mês de vida do bebé, durante o internamento na maternidade e na primeira vez que amamentaram. Para a resolução das dificuldades sentidas na amamentação as participantes recorrem às equipas de enfermagem dos Centros de Saúde (51%).
Conclusão:
Verificou-se que para algumas mulheres a pandemia por covid-19 teve impacto no seu acesso aos profissionais e aos serviços de Saúde, pondo em causa a amamentação.