Publication year: 2022
Introdução:
Apesar de ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) milenar com avanços no diagnóstico e com tratamento eficaz, a eliminação da sífilis constitui um desafio mundial. A sífilis é considerada um grave e prioritário problema de saúde pública, pois, nas gestantes, a doença traz consequências severas como: abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido. A sífilis congênita e todos os desfechos adversos da doença durante a gestação podem ser evitados com triagem oportuna no pré-natal, tratamento adequado para o estágio da sífilis e o monitoramento do controle de cura. Objetivo:
Analisar o tratamento e o seguimento pós tratamento para sífilis em gestantes diagnosticadas pela atenção básica, e os fatores associados ao tratamento adequado. Método:
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, realizado por meio de dados secundários, nos quais as gestantes foram acompanhadas desde o diagnóstico até a saída do serviço de pré-natal da atenção básica, que ocorre na 36ª semana de gestação no município de Ribeirão Preto - SP. Os dados foram coletados por meio de dois sistemas de informação, a saber: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema HYGIA. Para análise estatística dos dados foi utilizado o software STATA SE version 14. Todos os aspectos éticos foram contemplados. Resultados:
Das 316 notificações incluídas no estudo, o tratamento adequado das gestantes ocorreu em 238 (75,3%) mulheres, sendo as variáveis idade (p=0,0406) e idade gestacional (p=0,007) associadas a esse tratamento. Houve 151 (58,8%) gestantes com a raça/cor não branca, 67 (35,5%) com ensino fundamental incompleto, a mediana de idade foi de 23 e 25 anos (respectivamente, tratamento adequado e não adequado), 98 (90%) sem trabalho formal, 230 (73%) com diagnóstico no primeiro trimestre da gestação e 273 (89%) com sífilis latente. Quanto ao seguimento pós tratamento, apenas 17 (5,3%) utilizaram os testes não treponêmicos da forma recomendada. Em 111 (35%) casos não houve tratamento da parceria sexual, sendo o motivo principal o fato do parceiro não ter tido mais contato com a gestante. Conclusão:
Na análise do tratamento da sífilis gestacional durante o pré-natal verificou-se que a maioria das mulheres grávidas foram classificadas com o tratamento adequado, sendo esse associado a idade e idade gestacional. Apesar da maioria das gestantes terem feito pelo menos um teste não treponêmico no pós tratamento, somente uma pequena parcela das gestantes, realizaram o seguimento conforme recomendações. Identificou-se que o perfil sociodemográfico dessas gestantes corroboraram com os dados encontrados na literatura
Introduction:
Despite being an ancient Sexually Transmitted Infection (STI) with advances in diagnosis and effective treatment, the elimination of syphilis is a global challenge. Syphilis is considered a serious and priority public health problem because, in pregnant women, the disease has severe consequences such as: abortion, prematurity, stillbirth, early or late congenital manifestations and/or death of the newborn. Congenital syphilis and all adverse disease outcomes during pregnancy can be avoided with timely prenatal screening, appropriate treatment for the stage of syphilis, and monitoring of cure control. Objective:
To analyze the treatment and post-treatment follow-up for syphilis in pregnant women diagnosed by primary care, and the factors associated with adequate treatment. Method:
This is a retrospective cohort study, carried out using secondary data, in which pregnant women were followed up from diagnosis until leaving the prenatal service of primary care, which occurs in the 36th week of pregnancy in the municipality. from Ribeirão Preto - SP. Data were collected through two information systems, namely: the Notifiable Diseases Information System (SINAN) and the HYGIA System. For statistical analysis of the data, the STATA SE version 14 software was used. All ethical aspects were considered. Results:
Of the 316 notifications included in the study, adequate treatment of pregnant women occurred in 238 (75.3%) women, with the variables age (p=0.0406) and gestational age (p=0.007) associated with this treatment. There were 151 (58.8%) pregnant women with non-white race/color, 67 (35.5%) with incomplete primary education, the median age was 23 and 25 years (respectively, adequate and inadequate treatment), 98 (90%) without formal work, 230 (73%) diagnosed in the first trimester of pregnancy and 273 (89%) with latent syphilis. As for post-treatment follow-up, only 17 (5.3%) used non-treponemal tests as recommended. In 111 (35%) cases there was no treatment of the sexual partner, the main reason being the fact that the partner did not have more contact with the pregnant woman. Conclusion:
In the analysis of the treatment of gestational syphilis during prenatal care, it was found that most pregnant women were classified as having adequate treatment, which was associated with age and gestational age. Although most pregnant women had at least one non-treponemal test after treatment, only a small portion of pregnant women performed the follow-up as recommended. It was identified that the sociodemographic profile of these pregnant women corroborated the data found in the literature