Publication year: 2023
Enquadramento:
A alta após o internamento de um recém-nascido prematuro na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais representa um grande desafio para os pais. É de extrema importância garantir a máxima autonomia aos pais nos cuidados ao recém-nascido (RN) durante o internamento de modo que estes se tornem competentes a desempenhar o seu papel parental em casa.
Objetivos:
Identificar as competências maternas autoavaliadas para cuidar do recém-nascido e identificar alguns fatores relacionados com a auto-avaliação das competências maternas para cuidar do recém-nascido.
Metodologia:
Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, transversal, ocorrido em meio natural, com uma amostra de 31 mães. O método usado para a colheita de dados foi o inquérito, realizado quando se previa alta nos cinco dias seguintes. O questionário foi constituído por duas partes:
a primeira parte destina-se a permitir a caraterização do progenitor cuidador e do recém-nascido e a segunda é constituída pela Escala de Auto-Avaliação das Competências Parentais (EAACP) nos Cuidados ao RN de Risco. A análise dos dados foi realizada com o software IBM SPSS Statistics V. 24.
Resultados:
Verificou-se que a maioria das mães se considera muito ou totalmente competente para cuidar do seu recém-nascido. Algumas áreas em que as mães se declararam menos competentes foram:
a avaliação do estado de saúde do RN, reconhecer sinais e sintomas de doença e responder adequadamente, especialmente em situações de emergência; compreender a importância das medidas de controlo de infeções. Fatores relacionados com a auto-avaliação das competências maternas para cuidar do recém-nascido, como a existência de filhos anteriores, tempo de internamento, idade gestacional do RN e o tempo de permanência das mães a acompanhar o seu filho, não se revelaram significantes nos resultados.
Conclusão:
Os resultados indicam o sucesso do processo de capacitação efetuado pelos enfermeiros, com uma abordagem fundamentada no reconhecimento e valorização do papel parental e na relação de colaboração entre o enfermeiro e as mães. Contudo, importa saber se a auto-avaliação das mães se mantém idêntica após a alta, quando confrontados com o dia-a-dia dos cuidados ao seu bebé prematuro.