Implementação de intervenções não farmacológicas no âmbito do controlo da dor à pessoa em situação paliativa: vivências dos enfermeiros

Publication year: 2023

Introdução:

As intervenções não farmacológicas constituem um importante e vantajoso recurso no controlo da dor em cuidados paliativos como adjuvantes úteis a? analgesia farmacológica e como recursos de baixo custo e com reduzidos efeitos secundários. Contudo, dada a reduzida evidência relativa à sua utilização específica pelos enfermeiros, foi realizado o presente estudo de investigação que pretende dar resposta à seguinte questão de investigação: Quais as vivências dos enfermeiros no âmbito da implementação de intervenções não farmacológicas no controlo da dor, à pessoa em situação paliativa? Objetivo: Descrever as vivências dos enfermeiros no âmbito da implementação de intervenções não farmacológicas para controlo da dor à pessoa em situação paliativa.

Metodologia:

Estudo qualitativo de cariz fenomenológico com recurso a entrevista semi-estruturada a enfermeiros que cumpriam o critério de inclusão: experiência mínima de um ano na prestação de cuidados à pessoa em situação paliativa e na implementação de INF para controlo da dor. Foram selecionadas dez participantes com recurso à técnica de amostragem de ?bola de neve?.

Resultados:

As participantes concetualizam a dor, como dor total e reconhecem importante a monitorização da dor em tempo útil e a implementação precoce de intervenções não farmacológicas, de forma complementar à terapêutica e centrada na pessoa. Estas intervenções (cognitivo-comportamentais, de suporte emocional, físicas e outras) são descritas como benéficas para o doente, família e sociedade nomeadamente com a redução do consumo de analgésicos. As enfermeiras reconhecem a existência de limitações como a descrença na eficácia destas intervenções e salientam fatores promotores que permitem colmatar estas dificuldades como o trabalho em equipa e o investimento na formação pelos profissionais.

Conclusão:

As intervenções não-farmacológicas implementadas em complementaridade com a terapêutica, trazem inúmeros benefícios nomeadamente no controlo da dor. Dado o aumento no interesse pessoal e profissional no que diz respeito à implementação de INF, é importante o esforço por parte das entidades responsáveis no sentido de investir na capacitação dos profissionais. Dadas as particularidades deste contexto e das pessoas com necessidades paliativas, mais estudos devem ser realizados neste âmbito.