Publication year: 2023
Introdução:
As lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho são atualmente um problema de saúde de elevada prevalência na classe de enfermagem, de origem multifatorial e sensível à atuação do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação. A prevenção destas patologias deve ser prioritária e visa, por um lado, a promoção da qualidade de vida da pessoa com risco elevado para as mesmas e, por outro, a redução do gasto económico relacionado com o seu tratamento. Finalidade e objetivos:
Este estudo visou caraterizar os enfermeiros, quanto à sintomatologia musculoesquelética relacionada com o trabalho. O objetivo geral do estudo foi descrever a prevalência das lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho nos enfermeiros do serviço de especialidades cirúrgicas de um hospital do Norte do país e explorar a sua associação com fatores sociodemográficos e contexto laboral. Metodologia:
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional. A amostra foi obtida por conveniência, não probabilística. As variáveis de investigação são a prevalência das lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho e a caraterização sociodemográfica e laboral. Foi aplicado um questionário com duas partes:
a parte um corresponde à caraterização sociodemográfica e laboral e a parte dois corresponde ao Questionário Nórdico Musculoesquelético. Os dados foram tratados em formato de base de dados e apresentados em tabelas, com auxílio do software IBM SPSS® Statistics, versão 29.0 para Windows, de acordo com os procedimentos de estatística descritiva e inferencial. Resultados:
Os resultados indicam que a prevalência das lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho é alta, com 92,3% dos participantes a relatar um problema musculoesquelético nos últimos 12 meses. As regiões mais afetadas são o pescoço (53,8%), os ombros (61,5%) e a região lombar (69,2%). Foram encontradas relações entre idade e as áreas afetadas, assim como foram observadas associações entre ocorrência de lesões musculoesqueléticas e anos de experiência profissional, tal como ocorrência de dor e caraterísticas laborais, como horas de trabalho semanal e tipo de horário. Conclusões:
Este estudo identificou uma alta prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho. O estudo ressalva a importância de abordagens multifatoriais e sistémicas na prevenção destas lesões. Ficou evidente que é necessário procurar melhorias nas condições de trabalho dos enfermeiros, como fator preventivo de desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho.
Introduction:
Work-related musculoskeletal injuries are currently a highly prevalence health problem among nurses, of multifactorial origin and sensitive to the Rehabilitation Nursing specialist nurse. The prevention of this pathologies should be a priority and aims to promote the quality of life of high-risk people and, on the other hand, to reduce the economic cost related to their treatment. Purpose:
This study aimed to characterize the nurses, regarding work-related musculoskeletal symptoms. The main objective was to describe the prevalence of these health problems in nurses and working in the surgical specialties ward of a hospital in the north of Portugal and to explore their association with sociodemographic factors and work context. Methods:
This was a quantitative, descriptive, correlational study. The sample was obtained by convenience, not probabilistic. The variables are the prevalence of work-related musculoskeletal disorders and sociodemographic and work characteristics. A two-part questionnaire was applied: part one stands for the sociodemographic and work characterization and part two corresponds to the Nordic Musculoskeletal Questionnaire. Data was processed in a database format and presented with graphics and charts, with the assistance of IBM SPSS® Statistics, version 29.0 for Windows software, in accordance with descriptive and inferential statistic procedures. Results:
The results indicate that the prevalence of musculoskeletal injuries is high, with 92,3% of participants reporting a musculoskeletal problem in the last 12 months. The most affected regions are the neck (53.8%), shoulders (61.5%) and lumbar region (69.2%). Relations were found between age and the affected areas, as well as associations between the occurrence of musculoskeletal injuries and years of professional experience, such as the occurrence of pain and work characteristics, such as hours of work per week and type of schedule. Conclusions:
This study identified a high prevalence of musculoskeletal injuries. The study highlights the importance of multifactorial and systemic approaches in preventing these injuries. It became evident that it is necessary to seek improvements in the working conditions of nurses, as a preventive factor in the development of musculoskeletal injuries.