Publication year: 2022
Introdução:
a vulnerabilidade de profissionais de saúde em relação ao risco de autocontaminação por COVID-19 durante assistência clínica é agravada por desvios no uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Objetivos:
determinar a incidência dos desvios de procedimento na desparamentação dos EPI contendo macacão e avental longo; comparar a incidência dos desvios entre eles; além de analisar a associação a demais fatores levantados. Método:
estudo de abordagem quantitativa, observacional e transversal, que levantou os desvios de procedimento em dois protocolos de desparamentação de EPI respectivamente contendo macacão e avental longo em dois hospitais públicos. Foram avaliados profissionais de diferentes faixas etárias e profissões, atuantes em unidade de terapia intensiva coorte coronavírus, sendo videogravadas 335 desparamentações, o que permitiu análise minuciosa dos desvios de procedimento cometidos. Resultados:
a retirada da máscara N-95 exibiu taxa de desvio semelhante nos dois cenários (67,6% macacão versus 61,9% avental). A higiene das mãos obteve 87,7% de desvios (macacão) versus 55,5% (avental). Quanto à retirada do macacão e avental longo, a incidência foi de 73% de desvios (macacão) contra 6,5% (avental). Botas impermeáveis tiveram 79,7% de desvios, enquanto sapatilhas descartáveis 26,9%. Evidenciou-se que seguir exatamente a ordem dos procedimentos preconizados pelas instituições contribuiu para menor autocontaminação (macacão, p=0,03 e avental p=0,006). A desparamentação em tempo mais curto demonstrou maior número de desvios e autocontaminação, enquanto os profissionais que retiraram em tempo maior, tiveram menor número de desvios e, consequentemente, menor autocontaminação. Conclusão:
observou-se que o conjunto mais complexo contendo macacão em sua composição exibiu maiores desvios, induzindo a maior autocontaminação dos profissionais em diversos quesitos, quando comparado com o conjunto com avental. Os resultados desta pesquisa dão subsídios para tomada de decisão de gestores quanto ao modelo a ser adotado, avaliando prós e contras, além de direcionar treinamento de profissionais de saúde visando sua maior segurança, especialmente em eventos com potenciais riscos biológicos.
Objective:
to determine the incidence of procedure deviations in PPE containing coveralls and gown, comparing the insufficiency of deviations between them to study the association with other factors raised. Method:
observational, cross-sectional study, quantitative, was raised the procedure deviations in two PPE doffing protocols, respectively coveralls and gown in two hospitals. Professionals of different age groups and professions, working in coronavirus cohort ICUs, were evaluated, and 335 undressings were recorded, which allowed a thorough analysis of the deviations of procedure committed. Results:
removal of the N-95 mask exhibited a similar deviation rate across scenarios (67.6% overalls versus 61.9% apron). Hand hygiene obtained 87.7% of deviations (coveralls) versus 55.5% (apron). Regarding the removal of the coveralls and gown, the incidence was 73% of deviations (coveralls), against 6.5% (gown). Waterproof boots had 79.7% deviations, while disposable sneakers 26.9%. We showed that following exactly the order of the procedure recommended by the institutions contributed to less self-contamination (overalls, p=0.03 and apron p=0.006). The shorter doffing time showed a greater number of deviations and self-contamination, while the professionals who removed the clothes in a longer time had fewer deviations and consequently less self-contamination. Conclusion:
we observed that the more complex set containing coveralls in its composition exhibited greater deviations, inducing greater self-contamination in several aspects when compared to the set with gown. The results of this research provide support for the decision of managers regarding the model to be adopted, evaluating pros and cons, in addition to directing training of health professionals aiming at their greater safety.
