Via verde sépsis no serviço de urgência de uma unidade local de saúde do norte do país entre 2018 e 2022
Publication year: 2024
A sépsis e o choque séptico são problemas de saúde importantes, que afetam milhões de pessoas todos os anos, em todo mundo. Uma entre cada cinco pessoas infetadas morre. A identificação precoce e o tratamento adequado nas primeiras horas, após o desenvolvimento da sépsis, melhoram os resultados, sendo a Via Verde Sépsis uma resposta.
Objetivos:
Analisar os resultados da implementação do protocolo Via Verde Sépsis no Serviço de Urgência de Uma Unidade Local de Saúde do Norte do País, entre 2018 e 2022. Como objetivos específicos, delinearam-se os seguintes: Traçar um perfil sociodemográfico e clínico dos utentes admitidos em Via Verde Sépsis; Verificar o tratamento dos utentes admitidos em Via Verde Sépsis e os tempos alvo; Averiguar a associação entre a mortalidade e as variáveis sociodemográficas e clínicas; Relacionar a mortalidade e a ordem das médias dos tempos alvo de admissão-triagem, triagem- observação médica, observação médica-lactatos e dias de internamento.Métodos:
Estudo observacional de natureza quantitativa, descritivo-correlacional e analítico com enfoque transversal e retrospetivo, com recolha de dados clínicos para analisar os resultados da implementação do protocolo Via Verde Sépsis no Serviço de Urgência de Uma Unidade Local do Norte do País, entre 2018 e 2022. A amostra ficou constituída por 316 utentes. Os dados foram recolhidos a partir de uma grelha elaborada had hoc. O estudo obteve parecer favorável da Comissão de Ética.Resultados:
Registou-se um total de 316 utentes, correspondendo a 50,9% de homens e 40,1% de mulheres, com uma média de idade de 58,33±21,13 anos. Os anos com uma percentagem mais expressiva de utentes admitidos em Via Verde Sépsis foram 2019 (41,1%) e 2018 (37,0%). Na maioria, durante o turno de trabalho da tarde (51,3%), triados com prioridade “Amarela” (52,2%). Destacou-se o ponto de partida respiratório (54,1%). Em relação à primeira linha de antibióticos utilizada, prevaleceu o Ceftriaxone (55,1%), como antibióticos de segunda linha, destacou-se a Claritromicina, com 11,1%, sendo 13,0% homens. Prevaleceram os utentes cujo destino foi a alta clínica (39,2%) e o internamento no Serviço de Medicina (38,9%). A ativação da Via Verde Sépsis, ocorreu em quase todos os utentes aquando da triagem (93,7%). Foi reduzida a taxa de utentes que faleceram (2,5%) N=8, entre os quais, 4 (50,0%) eram homens e 4 (50,0%) mulheres, com 5 (62,5%) na faixa etária dos 56-75 anos e 3 (37,5%) com idade superior aos 75 anos, 6 (75%) foram triados com prioridade laranja e 2 (25,0%) com prioridade amarela.Conclusão:
A triagem exata, o reconhecimento rápido, a reanimação precoce, a administração precoce de antibióticos e a erradicação da fonte de infeção são os componentes fundamentais para a prestação de cuidados de qualidade em caso de sépsis. Como tal, é fundamental aumentar a ativação do protocolo da Via Verde Sépsis para que ocorra uma redução da mortalidade.
Sepsis and septic shock are important health problems that affect millions of people every year around the world. One in five infected people dies. Early identification and appropriate treatment in the first hours after sepsis develops improves results, with Via Verde Sépsis being an answer.