Análise das vivências de enfermeiros de urgência no controlo da dor da pessoa em situação crÃtica
Publication year: 2024
O controlo da dor abarca todas as intervenções destinadas à sua prevenção e tratamento. Sempre que o enfermeiro preveja a ocorrência de dor ou avalie a sua presença, deve intervir na promoção de cuidados que a aliviem ou reduzam para nÃveis considerados toleráveis pela pessoa, gerindo ações farmacológicas e não-farmacológicas, para garantir o bem-estar fÃsico, psicossocial e espiritual do indivÃduo.
Objetivo:
Identificar as principais intervenções, sentimentos e limitações vivenciadas pelos enfermeiros de urgência de uma ilha de Cabo Verde, no que concerne ao controlo da dor da pessoa em situação crÃtica.Metodologia:
Foi desenvolvido um estudo qualitativo com enfoque fenomenológico, de caráter exploratório e descritivo, numa amostra de 6 enfermeiros de um Banco de Urgência de uma ilha de Cabo Verde. Foram realizadas entrevistas por videochamada, conforme a disponibilidade dos participantes, recorrendo-se a um guião de entrevista semiestruturada, com 8 questões, sendo feita análise de conteúdo.Resultado:
Os enfermeiros da amostra relataram um leque de sentimentos, uns negativos e outros positivos, relativamente à s necessidades de intervenções para controlo da dor nos doentes crÃticos. Como negativos obtiveram-se: ansiedade, stress, desanimo, impotência, angustia, esgotamento fÃsico, entre outros. Os sentimentos positivos percecionados foram a empatia, comunicação e humanismo. Verbalizaram utilizar medidas de enfermagem interdependentes e autónomas, para controlo da dor dos doentes crÃticos no SU. Todos recorrem à s medidas farmacológicas, segundo prescrição médica. Foram reconhecidas algumas intervenções não farmacológicas, voltadas para a promoção do conforto, tais como adequação do posicionamento, aplicação de calor e frio e massagens.Das principais limitações apontadas surgiram como subcategorias:
Défice ou falta de formação no controlo da dor e Carência de recursos humanos.Conclusão:
O estudo revelou uma gama complexa de sentimentos nos enfermeiros de urgência da amostra, destacando alguns desafios emocionais e algumas estratégias farmacológicas e não farmacológicas no controle da dor em pacientes crÃticos. Os resultados apontam para a necessidade de abordagens abrangentes que promovam tanto o bem-estar emocional dos enfermeiros quanto ao aprimoramento das práticas no controlo da dor em ambientes de urgência. Para tal, urge reverter a escassez de recursos humanos, bem como promover a formação especÃfica destes enfermeiros na gestão da dor.
Pain control encompasses all interventions aimed at its prevention and treatment. Whenever the nurse predicts the occurrence of pain or assesses its presence, he or she must intervene to promote care that alleviates it or reduces it to levels considered tolerable by the person, managing pharmacological and non-pharmacological actions, to ensure physical and psychosocial well-being. and spirituality of the individual.