A intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação na capacitação da pessoa com DPOC para a gestão do regime terapêutico

Publication year: 2018

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) representa um importante desafio de saúde pública. É a maior causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo e prevê-se que seja a terceira principal causa de morte até 2020. Mais de 3 milhões de pessoas morreram com DPOC em 2012, contabilizando 6% da população mundial. (GOLD, 2017). A DPOC é uma doença prevenível e tratável, caracterizada por persistentes sintomas respiratórios como dispneia, tosse e expetoração purulenta, e limitação do fluxo aéreo devido a uma resposta inflamatória crónica das vias aéreas causada por uma prolongada exposição a substâncias nocivas, nomeadamente o tabaco. (GOLD, 2017). Embora a DPOC não seja uma doença reversível, a intervenção terapêutica precoce do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação (EEER) permite o atraso na degradação da função pulmonar e a consequente melhoria da qualidade de vida. Os principais benefícios da Reabilitação Respiratória na DPOC são o alívio dos sintomas, quebra do ciclo vicioso da dispneia, aumento da tolerância ao esforço, redução da ansiedade e depressão, melhoria da capacidade funcional na realização das atividades de vida, diminuição das exacerbações, redução do número de internamentos e reintegração social (Cordeiro & Menoita, 2014). A adesão ao regime terapêutico é a principal via de acesso à melhoria do estado de saúde da pessoa com DPOC. A questão da adesão é reconhecida como multifatorial e complexa. É elevado o número de fatores de adesão/não-adesão. As consequências da não-adesão têm repercussões na estabilização da doença e na qualidade de vida da pessoa, justificando um maior investimento nas medidas de promoção da adesão ao regime terapêutico, reduzindo barreiras e obstáculos geradores de incumprimento do mesmo (Ordem dos Enfermeiros, 2009). O EEER desenvolve, em conjunto com a pessoa e cuidador, planos de gestão do regime terapêutico, cabendo-lhe a identificação das dificuldades e constrangimentos que possam constituir barreira à não-adesão e atuar sobre eles.
The Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) represents an important public health challenge. It is the major cause of chronic morbidity and mortality throughout the world and is expected to become the 3rd leading cause of death by 2020. More than 3 million people died of COPD in 2012, accounting for 6% of all deaths globally. (GOLD, 2017). COPD is a preventable and treatable disease, characterized by persistent respiratory symptoms like dyspnea, cough and sputum production, and airflow limitation due to a chronic inflammatory response of the airways usually caused by prolonged exposure to noxious particles, in particular tobacco. (GOLD, 2017). Although COPD is not a reversible disease, an early therapeutic intervention of a rehabilitation specialist nurse allows the delay in the degradation of lung function and the consequent improvement of the quality of life. The main benefits of Respiratory Rehabilitation in COPD are symptom relief, breakdown the vicious cycle of dyspnea, increase tolerance to effort, reduce the anxiety and depression, improve the functional capacity in the performance of life activities, reduce exacerbations, reduce the number of hospitalizations and social reintegration (Cordeiro & Menoita, 2014). Adherence to the therapeutic regimen is a major way of improve the health status of the person with COPD. The adhesion is recognized as a multifactorial and complex issue. The number of adherence / non-adherence factors is high and the consequences of non-adherence have repercussions on the stabilization of the disease and life quality of the person justifying a greater investment in measures to promote adherence to the therapeutic regime, reducing barriers and obstacles that generate non-compliance with the same (Ordem dos Enfermeiros, 2009). Rehabilitation specialist nurse develops, together with the person and caregiver, therapeutic regime management plans, being responsible for identifying difficulties and constraints that may constitute a barrier to non-adherence and act on them.