Publication year: 2023
O processo de envelhecimento, em geral, acarreta um conjunto de alterações neurocognitivas que afetam múltiplas habilidades cognitivas da pessoa, e neste protótipo do Re·Habilita, desenvolvemos exercícios virtuais para exercer essas habilidades, como atenção, linguagem, reconhecimento e movimento, por meio de objetos físicos (Almeida, G. et al. 2020).
Esta temática é muito relevante para a prática clínica do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação dado o envelhecimento da população e consequente aumento das doenças neurodegenerativas e neurocognitivas associadas ao mesmo, as estatísticas revelam que Portugal é um dos países com maior número de casos por mil habitantes entre os países da OCDE (World Health Organization, 2015).
A presente investigação insere-se na área da Reabilitação Neurocognitiva e aplicação de novas tecnologias para a maior eficiência do plano de reabilitação e para a obtenção de ganhos em saúde.
Deste modo tem como objetivos principais:
aferir a usabilidade do Protótipo Re·Habilita para pessoas com défice cognitivo, identificar as principais limitações do protótipo e apresentar recomendações para aperfeiçoamento de um futuro protótipo.
No presente estudo de investigação utilizou-se uma metodologia mista, tendo os dados sido recolhidos através de dois grupos focais e aplicação do questionário de usabilidade System Usability Scale a 15 Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação (EEER) e através de dois grupos focais e aplicação do questionário de usabilidade System Usability Scale a 15 pessoas idosas na comunidade com diagnóstico prévio de défice cognitivo ligeiro, com aplicação da Mini Mental State. No que se refere à metodologia recorreu-se a uma amostra por conveniência com recurso à snowball sampling do tipo exponencial.
Com base nas respostas dos participantes à aplicação do questionário de usabilidade System Usability Scale do Grupo Focal de Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação, na sua maioria, expressou o desejo de usar o sistema com frequência, achou o sistema fácil de usar, considerou as funções bem integradas e sentiu que o sistema
atendeu às suas expectativas. No que se refere ao Grupo Focal da pessoa idosa com défice cognitivo ligeiro, no geral, o estudo de usabilidade recebeu contributos muito positivos, com destaque para a facilidade de uso, integração de funções e confiança dos participantes.
No futuro, o Re·Habilita (Almeida, G. et al. 2020) poderá evoluir de forma a integrar novos exercícios e com maior diferenciação na oferta dos conteúdos em aproximação com as necessidades específicas de cada pessoa. Podemos concluir que se trata de um aplicativo inovador e disruptivo na àrea de especialização da enfermagem de reabilitação.