Violência Obstétrica na Perspetiva dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica

Publication year: 2023

No âmbito do Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, foi desenvolvido um estágio de natureza profissional onde se procurou adquirir e desenvolver competências necessárias para a prática de enfermagem especializada. Assim, com o presente relatório pretende-se descrever e refletir sobre as atividades desenvolvidas ao longo do 2º ano deste ciclo de estudos no âmbito dos cuidados especializados à mulher, ao recém-nascido e à família. Durante a trajetória da experiência prática desenvolvida nos vários locais de ensino clínico, surgiu a inquietação que deu o mote para o tema de investigac?a?o ?Violência obstétrica na perspetiva dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetri?cia?. Ao longo deste percurso, foi possível o contacto com diversas narrativas, não só de mulheres, como também de profissionais de saúde. As primeiras, falando de violência na primeira pessoa. Os segundos, considerando que têm pouca voz relativamente a este tema. Tendo em conta a abrangência e complexidade do tema, optou-se por direcionar o estudo para a perspetiva dos profissionais de saúde, nomeadamente os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de saúde Materna e Obstétrica. Neste sentido, foi realizado um estudo qualitativo, exploratório e descritivo. A amostra foi constituída por nove Enfermeiras Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, que desenvolvem a sua atividade em contexto de prestação de cuidados a mulheres ao longo de todo o seu ciclo gravídico. Como resultados encontrados podemos referir que os participantes do estudo reconhecem a existência de práticas que se enquadram no fenómeno ?violência obstétrica?, sendo que estas práticas poderão estar associadas a fatores estruturais, sociais ou individuais. Existe, no entanto, alguma consciencialização para a mudança de práticas, que implica a formação dos profissionais de saúde, o aumento da literacia em saúde das grávidas/sociedade, bem como um envolvimento mais ativo das instituições que regulam a profissão, nomeadamente a Ordem dos Enfermeiros.