Capacitação de docentes e não docentes do ensino básico em suporte básico de vida
Publication year: 2023
A maioria das situações de paragem cardiorrespiratória acontecem fora do hospital. Qualquer cidadão, capacitado para realizar manobras de suporte básico de vida (SBV), pode fazer a diferença na sobrevivência da vítima. A implementação de planos formativos, direcionados a classes profissionais específicas, poderá potenciar esta capacitação. Com o objetivo de avaliar a efetividade da implementação de um programa de formação em SBV, para docentes e não docentes do 2º e 3º ciclos do ensino básico, desenhou-se um estudo segundo uma metodologia quantitativa, quase-experimental, do tipo pré-teste pós-teste. A amostra,foi constituída por docentes e não docentes do 2º e 3º ciclos do ensino básico, de um Agrupamento de Escolas da zona centro, disponíveis para participar neste processo, criando assim uma amostra não probabilística acidental. A intervenção consistiu no desenvolvimento de sessões de formação em SBV. Através da aplicação dos instrumentos de colheita de dados pré e pós intervenção, alicerçados num questionário e numa grelha de avaliação prática, foram analisados fatores sociodemográficos e profissionais, conhecimentos e competências práticas em SBV, disponibilidade para realizar SBV e também as condicionantes à realização de SBV. Para a análise de dados utilizou-se estatística descritiva e estatística inferencial. Foram tidos em consideração todos os princípios éticos e formais inerentes. Constatou-se uma correlação estatisticamente significativa entre os conhecimentos prévios, com as competências práticas (?s=1,000) e com a disponibilidade para iniciar SBV (?s=0,441). De igual forma, verificou-se a relação entre a disponibilidade em iniciar SBV, e as competências práticas (?s=0,441). Por seu turno, observou-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a disponibilidade em iniciar SBV e as condicionantes para a realização de SBV (?s=-0,437). Verificou-se ainda, que a implementação do programa de formação em SBV foi efetiva, não só quanto aos conhecimentos (p<0,001), mas também nas competências práticas em SBV (p<0,001), na disponibilidade para iniciar SBV (p<0,001) e nas condicionantes à realização de SBV (p=0,002). Concluiu-se que este estudo veio corroborar a efetividade de um programa de formação em SBV, através de mudanças na implementação de intervenções adequadas perante uma situação de Paragem Cardiorrespiratória.