Despertar para um cuidar culturalmente competente: contributo do enfermeiro especialista em saúde infantil e pediatria

Publication year: 2018

Com fronteiras cada vez mais permeáveis à mobilidade das famílias e com uma sociedade em constante mutação económica, social, tecnológica e cultural, a acompanhar a evolução do tempo, a pluralidade de culturas e subculturas, bem como a transformação das já existentes, tem-se feito sentir na realidade portuguesa. Independentemente de tudo, é a pessoa que necessita de cuidados quem assume uma posição central, ativa e decisiva nos serviços de saúde, é quem está no centro dos cuidados. As diferenças que a diversidade cultural acarreta, mais do que as similitudes, trazem uma inevitável implicação para a relação Enfermeiro/criança/família, o que pode limitar a prestação de cuidados para quem raça, etnia, género, classe social, padrões de vida, idade, língua, etc, surgem como barreiras. O sentido para quebrar barreiras, ou mesmo impedir que surjam, compreender e respeitar as diferenças culturais e subculturais, evitar o choque cultural, o etnocentrismo e manter a identidade cultural das famílias, é o da formação constante e aprofundada, formação avançada, sensibilização para a complexidade da multi e interculturalidade e o desenvolvimento da competência cultural, lado a lado com a sensibilidade cultural, elementos de importância capital integrados na filosofia de cuidados oferecida pela Enfermagem Transcultural com Madeleine Leininger, como a Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidar e o Modelo Sunrise. Despertar para a competência cultural é muito mais do que conhecer as diferenças culturais e subculturais, é uma forma de munir os intervenientes do sistema de saúde de habilidades para integrar, articular, nunca negligenciar, e compreender as representações da cultura na saúde e na doença e o que implicam para a humanização do cuidar culturalmente congruente.
With boundaries getting more permeable to the mobility of families and with a society that is constantly changing economically, socially and culturally, to follow the evolution of time, the plurality of cultures and subcultures, as well as the transformation of existing ones have been felt in the Portuguese reality. Regardless, it is the person who needs care who takes a central, active and decisive position in health care, placing the individual at the center of care. The differences that cultural diversity entails, rather than the similarities, bring an unavoidable implication to the nurse / child / family relationship, which may limit the provision of care for whom race, ethnicity, gender, social class, living standards, age, language, etc., appear as barriers. The purpose of breaking down barriers, or even preventing them from arising, of understanding and respecting cultural and sub-cultural differences, avoiding culture shock, ethnocentrism and maintaining the cultural identity of families, is that of constant and in-depth training, advanced training, for the complexity of multi and interculturality and the development of cultural competence, side by side with cultural sensitivity, elements of capital importance integrated in the philosophy of care offered by Transcultural Nursing with Madeleine Leininger, such as the Theory of Diversity and Universality of Care and Sunrise Model. Awakening to cultural competence is much more than knowing cultural and subcultural differences, it is a way of providing the health system actors with the skills to integrate, articulate, never neglect and understand the representations of culture in health and disease and the which it implies for the humanization of care in a cultural competent care.