Promoção da sexualidade na mulher com lesão vertebromedular: intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação
Publication year: 2018
A Lesão Vertebromedular (LVM) provoca na pessoa um conjunto de
perturbações ao nível das funções motoras e sensoriais e, adjacente a isto, a
alterações de cariz psicológico, sendo que a componente da sexualidade constitui
uma dimensão ignorada pelas equipas de saúde e mais especificamente pelo
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação (EEER) (Cardoso, 2003).
Esta temática continua pouco desenvolvida na Enfermagem, principalmente por ser
algo gerador de um elevado grau de desconforto, tanto para os clientes como para o
profissional. Urge então a necessidade de ultrapassar estigmas e preconceitos ainda
enraizados, tanto a nível pessoal, como a nível social, sobre a sexualidade e a
deficiência, porque perder capacidades motoras e sensoriais é algo de difícil aceitação
por parte dos indivíduos (Cardoso, 2006; Parker & Yau, 2012). Por isso, este trabalho
pauta-se em demonstrar a necessidade do EEER em investir na área da sexualidade,
uma vez que, esta temática está contemplada nas competências regulamentadas pela
Ordem dos Enfermeiros (OE) (OEb, 2010).
A Incontinência Urinária (IU) demonstra-se como principal barreira para a
expressão da sexualidade por parte da Mulher com LVM mas outras também
insurgem – físicas, psicológicas e sociais -, como a ausência ou diminuição da
sensibilidade e/ou função motora, espasticidade, diminuição da força muscular, falta
de informação sobre a temática por parte dos profissionais de saúde, lubrificação
vaginal diminuída, auto-estima reduzida, alteração da auto-imagem e sensação de
dependência perante o cuidador informal ou parceiro (a) (Julia & Othman, 2011;
Parker & Yau, 2012).
O EEER apresenta-se como um elemento na equipa de reabilitação essencial
para a independência do cliente nas Atividades de Vida (AV’s) pois a sua intervenção
incide em todo o ciclo de vida do cliente, capacitando-o, através da avaliação, no
planeamento de estratégias e soluções através da identificação de fatores que
influenciam as AV’s (Roper, Logan & Tierney, 2001). Neste sentido, a atuação do
EEER na promoção da sexualidade, deve incidir na educação para a saúde aplicando
o Modelo PLISSIT e maximizando as suas potencialidades na execução das restantes
AV’s respeitando a individualidade da pessoa.
Vertebromedullary Injury (MLV) causes a set of
disturbances at the level of motor and sensory functions and, adjacent to this, the
changes of a psychological nature, with the sexuality component constituting
a dimension ignored by healthcare teams and more specifically by
Nurse Specialist in Rehabilitation Nursing (EEER) (Cardoso, 2003).
This theme remains underdeveloped in Nursing, mainly because it is
something that generates a high degree of discomfort, both for customers and for the
professional. There is therefore an urgent need to overcome stigmas and prejudices that are still
rooted, both on a personal and social level, on sexuality and
disability, because losing motor and sensory capabilities is something difficult to accept
by individuals (Cardoso, 2006; Parker & Yau, 2012). Therefore, this work
is based on demonstrating the need for EEER to invest in the area of sexuality,
since this theme is included in the competencies regulated by the
Order of Nurses (OE) (OEb, 2010).
Urinary Incontinence (UI) is the main barrier to
expression of sexuality by women with LVM, but also by others
insurgents - physical, psychological and social -, such as the absence or reduction of
sensitivity and/or motor function, spasticity, decreased muscle strength, lack of
information on the subject from health professionals, lubrication
decreased vaginal status, reduced self-esteem, altered self-image and feelings of
dependence on the informal caregiver or partner (Julia & Othman, 2011;
Parker & Yau, 2012).
EEER presents itself as an element of the essential rehabilitation team
for the client’s independence in Life Activities (AV’s) as their intervention
focuses on the entire customer life cycle, enabling them, through assessment, to
planning strategies and solutions by identifying factors that
influence AVs (Roper, Logan & Tierney, 2001). In this sense, the actions of the
EEER in promoting sexuality, must focus on health education applying
the PLISSIT Model and maximizing its potential in the execution of the remaining
AV’s respecting the individuality of the person.