A vivência da dor experienciada pela mulher durante o trabalho de parto/parto

Publication year: 2023

Introdução:

A dor do trabalho de parto/parto (TP/P) é uma experiência individual. É uma dor desafiadora, emocional e significativa sendo muito diferente de outros tipos de dor. Fatores cognitivos, sociais e ambientais são determinantes e influenciam a dor do trabalho de parto/ parto. No decorrer da prática clínica, no âmbito da assistência à mulher durante o trabalho de parto/parto, inserida na família e comunidade, o Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO) confronta-se com o fenómeno experienciado pela mulher: a dor do seu trabalho de parto/ parto. A dor do trabalho de parto/ parto é um fenómeno transversal experienciado pelas mulheres, que fica gravado na sua memória e dele depende a qualidade da sua experiência no trabalho de parto/parto, qualidade essa, que tem impacto a longo prazo na vida da mulher.

Objetivo:

Descrever a vivência da dor experienciada pela mulher durante o seu trabalho de parto/parto.

Metodologia:

Estudo qualitativo de nível I, exploratório-descritivo. A amostra intencional, não probabilística por rede, tipo bola de neve, foi constituída por 22 mulheres, até 6 meses após o parto, que após consentimento informado participaram no estudo. A recolha de dados realizou-se através de entrevista semiestruturada com colheita de dados sociodemográficos e obstétricos, e questões semiabertas para exploração do fenómeno. Procedida a análise dos dados utilizando o método fenomenológico de Giorgi (Giorgi & Sousa, 2010).

Resultados:

Do discurso das participantes emergiram duas estruturas essenciais e que dizem respeito à qualidade das experiências vivenciadas, uma com características positivas e, a outra estrutura, com características negativas, tendo em consideração o foco deste estudo, a dor experienciada pela mulher durante o trabalho de parto/parto.

Dos dados analisados emergiram quatro diferentes contextos:

a vivência da dor do trabalho de parto/parto, necessidades da mulher, ?bagagem? e o papel dos profissionais de saúde.

Conclusão:

A vivência da dor experienciada pela mulher durante o trabalho de parto/parto é uma experiência individual e subjetiva. A dor pode ser vivida como positiva e como tendo um propósito. Surgiu como necessidades da mulher a presença de um acompanhaDor do parto; Trabalho de parto; Parto; Mulheres; Vivênciasnte, as estratégias de alívio da dor e conforto e um ambiente seguro. Realça-se a importância do papel dos EEESMO para uma assistência ao parto segura, promotora de experiências de parto positivas e um fator importante na forma como a mulher vivencia a dor do trabalho de parto/parto.