Publication year: 2022
ntrodução:
O trabalho é considerado indispensável ao seguimento social; satisfaz necessidades comunitárias, intermedia a relação entre homem e natureza, transforma e produz bens utilitários à sociedade. Entretanto, há incongruência entre o trabalho como algo necessário e as limitações físicas e/ou psíquicas que os campos laborais podem propiciar ao trabalhador, uma vez que expõe o ser humano à situações adversas à saúde. O processo de trabalho pode relacionar-se com a ocorrência de transtornos como a Síndrome de Burnout, que é uma resposta à prolongada exposição do trabalhador à situações estressoras que levam ao sofrimento, exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. Portanto, a compreensão das condições da saúde mental institucional e a valorização do relato dos trabalhadores podem ser compreendidas como ferramentas que permitem o alcance de melhorias na saúde laboral. Objetivos:
Avaliar a Síndrome de Burnout em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde de um município no interior do estado de São Paulo e associá-la às variáveis sociodemográficas e laborais. Método:
estudo transversal, analítico, descritivo e quantitativo realizado com 74 trabalhadores no período de 28 de julho de 2020 a 05 de outubro de 2020, por meio da utilização de um questionário com questões relacionadas a variáveis sociodemográficas e laborais e da escala de Oldenburg Burnout Inventory. Realizou-se estatísticas descritivas, frequência e percentual para as variáveis qualitativas e medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão) para as variáveis numéricas. Utilizouse o Teste Exato de Fisher para verificar a associação entre as variáveis sociodemográficas e laborais e a Síndrome de Burnout, sendo considerado o nível de significância p< 0,05. Resultados:
os participantes tinham entre 19 e 66 anos de idade, a maioria era do sexo feminino (87,0 %), referiu possuir companheiro (48,6%), possuía de um a dois filhos (54,1%) e ensino superior para o nível de escolaridade (40,5%). Dos pesquisados, 45% foram classificados com Síndrome de Burnout; 20% sem Síndrome de Burnout; 19% na fase de distanciamento e 16% na fase de exaustão. A variável unidade de trabalho apresentou significância estatística (p=0,014). Conclusão:
dentre os achados neste estudo, destaca-se a presença importante de distanciamento, exaustão e Síndrome de Burnout já instalados entre os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde em questão. Estudar a respeito das condições de saúde mental desses trabalhadores é de suma importância, uma vez que eles se expõem à situações de riscos psicossociais constantemente quando prestam acolhimento às famílias diante dos numerosos cenários sociais e suas instabilidades. Este estudo contribui para que fatores relacionados à saúde mental dos trabalhadores sejam conhecidos, favorecendo a criação de cenários compatíveis com melhores condições de trabalho e para que o tema da saúde mental na Atenção Primária à Saúde seja visualizado. A elaboração e divulgação de material educativo na forma de infográfico pode facilitar a compreensão do agravo à saúde mental e estimular a promoção da saúde laboral
Introduction:
The work is considered essential for social follow-up; it meets community needs, mediates the relationship between man and nature, transforms and produces utilitarian goods for society. However, there is an incongruity between work as something necessary and the physical and/or psychological limitations that the labor fields can provide to the worker, since it exposes the human being to adverse health situations. The work process can be related to the occurrence of disorders such as Burnout Syndrome, which is a response to the worker's prolonged exposure to stressful situations that lead to suffering, emotional exhaustion, depersonalization and reduced personal fulfillment. Therefore, understanding the institutional mental health conditions and valuing the workers' reports can be understood as tools that allow the achievement of improvements in occupational health. Objectives:
To evaluate the Burnout Syndrome in Primary Health Care workers in a municipality in the interior of the state of São Paulo and to associate it with sociodemographic and work variables. Method:
cross-sectional, analytical, descriptive and quantitative study carried out with 74 workers from July 28, 2020 to October 5, 2020, using a questionnaire related to sociodemographic and labor variables and the Oldenburg Burnout scale Inventory. Descriptive statistics, frequency and percentage were applied to qualitative variables and measures of central tendency (mean and median) and dispersion (standard deviation) to numerical variables. Fisher's exact test was applied to check the association between sociodemographic and labor variables and the Burnout Syndrome, considering the significance level of p<0.05. Results:
participants were between 19 and 66 years old, most were women (87.0%), reported having a partner (48.6%), had one to two children (54.1%) and higher education (40.5%). Of those surveyed, 45% were classified as having Burnout Syndrome; 20% without Burnout Syndrome; 19% in the distancing phase and 16% in the exhaustion phase. The variable unit of work was statistically significant (p=0.014). Conclusion:
among the findings in this study, there is an important presence of distancing, exhaustion and Burnout Syndrome already installed among the workers of the Primary Health Care in question. Studying the mental health conditions of these workers is of paramount importance, since they are constantly exposed to psychosocial risk situations when they provide care to families in the face of numerous social scenarios and their instabilities. This study identified factors related to workers' mental health, favoring the creation of scenarios compatible with better working conditions and so that the theme of mental health in Primary Health Care is visualized. The development and dissemination of educational material as an infographic can facilitate the understanding of mental health problems and encourage the promotion of occupational health