Patient Activation Measure (PAM): Adaptação e validação das versões de 22 e de 13 itens em uma amostra de brasileiros com doenças crônicas
Patient Activation Measure (PAM): Adaptation and validation of the versions of 22 and 13 items in a sample of Brazilian patients with chronic diseases
Publication year: 2016
A participação ativa na autogestão da saúde individual tem sido associada com resultados positivos tanto para o indivíduo como para as instituições de saúde. O instrumento Patient Activation Measure (PAM) tem sido utilizado para mensurar a ativação, constructo que engloba o conhecimento, a habilidades e a confiança do indivíduo para realizar ativamente comportamentos saudáveis. Este estudo metodológico teve como objetivos adaptar culturalmente as versões PAM13 e PAM22 e avaliar as propriedades psicométricas das versões adaptadas em uma amostra de indivíduos com doenças crônicas.
O processo de adaptação cultural ocorreu de acordo com recomendações da literatura:
tradução, retrotradução e conciliação das versões traduzidas, avaliação por um comitê de juízes, avaliação semântica dos itens, obtenção das versões adaptadas e avaliação psicométrica. Os dados foram coletados entre junho e dezembro de 2014, no Ambulatório Central do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Participaram do estudo 513 indivíduos de ambos os sexos, com diagnóstico de doenças crônicas há pelo menos seis meses, com idade entre 18 e 80 anos e que estavam em acompanhamento clínico regular no ambulatório. O PAM é respondido em uma escala ordinal com cinco pontos, que varia de discordo totalmente (1 ponto) até concordo totalmente (4 pontos), além da opção não se aplica (0 pontos). O intervalo possível do PAM22 é de 22 a 88 pontos e do PAM13 de 13 a 52 pontos. Os valores do escore bruto obtidos devem ser convertidos para uma pontuação de ativação, que varia de 0 a 100 pontos. Maiores pontuações indicam maior ativação. A validade de constructo do PAM foi avaliada pelas correlações entre as medidas de ativação e autoestima (Escala de Auto-Estima de Rosenberg), ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale) e estado de saúde percebido (Escala Visual analógica); pela técnica de grupos conhecidos (sexo, idade, renda, escolaridade, tempo de diagnóstico e número de comorbidades) e sua dimensionalidade, pela variante da análise fatorial confirmatória que utiliza a análise dos caminhos, denominada de Modelagem de Equações Estruturais (MEE). A confiabilidade foi avaliada pela consistência interna e pela confiabilidade teste-reteste, num intervalo de tempo de 15 dias. O nível de significância adotado foi de 0,05. A maioria dos participantes foi do sexo feminino (62,0%), a média de idade foi 49,8 anos (DP=14,57; variação 18-80 anos). O tempo médio de ensino formal foi de oito anos (DP=4; variação 0-20 anos). Os participantes apresentaram diversificadas doenças crônicas e 75% haviam sido diagnosticados há mais de dois anos. O escore de ativação médio do PAM22 foi de 60,2 (DP=12,7) e do PAM13 foi de 63,0 (DP=15,9). Foi verificado efeito teto em todos os itens do PAM13 e PAM22. As propriedades psicométricas de validade e confiabilidade do PAM de 13 itens (PAM13) e de 22 itens (PAM22) foram consideradas adequadas. A consistência interna foi de ?= 0,83 para o PAM13 e de ?=0,86 para o PAM22. A confiabilidade teste-reteste foi de fraca a moderada magnitude para ambos os instrumentos (p<0,05). A correlação entre os escores das duas versões do PAM com as medidas de autoestima, de ansiedade e depressão e do estado de saúde percebido foram de magnitude fraca a moderada (p<0,05). No que se refere aos grupos conhecidos, nenhuma das variáveis apresentou diferença estatística, no entanto a medida de ativação correlacionou com a escolaridade e com o numero de comorbidades (p<0,05). A modelagem de equações estruturais indicou a necessidade de exclusão de alguns itens, para que em as versões adaptadas do PAM se ajustassem ao modelo da unidimensionalidade. Concluímos que as versões brasileiras PAM13 e PAM22 apresentaram adequadas e aceitáveis propriedades psicométricas para medir a ativação de pacientes brasileiros com doenças crônicas. Portanto, as versões adaptadas do PAM podem ser utilizadas na prática clínica e em pesquisas de intervenção em pacientes com doenças crônicas
The active participation in the individual health self-management has been associated with positive outcomes as for the individual as for the health institutions. The Patient Activation Measure (PAM) instrument has been used for measuring the activation, a construct which includes the knowledge, skills and confidence of the individual to actively accomplish healthy behaviors. This methodological study aimed adapting culturally the PAM13 and PAM22 versions and evaluating the psychometric properties of the adapted versions in a sample of subjects with chronic diseases.