Intervenções de enfermagem na promoção do autocuidado da alimentação na pessoa idosa com acidente vascular cerebral e família

Publication year: 2018

O envelhecimento populacional a que temos assistido nas últimas décadas tem contribuído para o aumento da prevalência e incidência de doenças crónicas, destacando-se o Acidente Vascular Cerebral (AVC) como uma das patologias passível de provocar maior incapacidade para o autocuidado na pessoa idosa. Considerando o diagnóstico da situação, emergiu que a alimentação da pessoa idosa de um modo geral é pouco valorizada tanto por profissionais como pelas pessoas idosas e famílias. Sendo a alimentação um momento de socialização, essencial à manutenção da vida, quando a pessoa idosa sofre uma situação de doença, como o AVC, pode ver os seus hábitos e a capacidade para se alimentar alterados. Estas alterações podem ser provocadas não só pelo AVC mas também pelo processo de envelhecimento. Neste sentido, foi desenvolvido um projeto com o objetivo de desenvolver competências como mestre e enfermeira especialista na prestação de cuidados à pessoa idosa, nomeadamente com AVC, no autocuidado da alimentação e família, assim como contribuir para o desenvolvimento de competências da equipa de enfermagem, na promoção do autocuidado da alimentação na pessoa idosa com AVC e família, num serviço de medicina. Foi utilizada a metodologia de projeto, tendo como referencial teórico o quadro conceptual do autocuidado de Dorothea Orem e as transições de Afaf Meleis, tendo por base o cuidado centrado na pessoa idosa e família. Ao longo da implementação do projeto foram realizadas várias atividades, nomeadamente: levantamento das necessidades formativas da equipa através de um questionário, sessões de formação, auditorias aos registos, reflexão das práticas e a construção de um guião de boas práticas na promoção do autocuidado da alimentação na pessoa idosa com AVC e família. Com a implementação deste projeto, no serviço de medicina, passou a ser avaliada a funcionalidade da pessoa idosa através da escala modificada de Barthel, assim como a identificação de situações de risco nutricional na pessoa idosa, planeamento de intervenções mais dirigidas a este autocuidado, articulação com a equipa multidisciplinar e sistematização dos registos com vista à continuidade dos cuidados.
The population-ageing that we have witnessed in the last decades has contributed to the increase prevalence and incidence of chronic diseases, highlighting stroke as one of the diseases that might cause greater incapacity for elderly self-care. Considering the diagnosis of the situation, emerged that elderly eating in general is undervalued by health professionals, elderly and families. Eating is a moment of socialization, essential to the maintenance of life. When an elderly has a disease as a stroke, they suffer a change in their eating habits and in their ability to self-eating, influenced not only by the ageing process but also by the incapacity inherent to stroke. In this sense a project was devellopped in order to develop skills as master and advanced care nurse in providing care for elderly, particullary with stroke, and family in self-care eating, as well as contribute to the development of skills of the nursing team, in promoting self-care eating in elderly with stroke and family. A project methodology was used, taking the conceptual framework of self-care from Dorothea Orem and transitions from Afaf Meleis, based on elderly and his familycentered care.

During the implementation of the project several activities were devellopped namelly:

a questionnaire applied to the nursing team in order to access to their training needs, several training sessions, audicts of the nursing records, reflection on the practices and the construction of a guide of good practices that complies a set of interventions that aim to promote self-care eating on elderly with stroke and familiy, in a medical ward. With the implementation of the project, the nursing team in medical ward, became able to evaluate the functionality of elderly throught modified barthel índex, as well identify nutritional risk situations in elderly, planning specific interventions that promote self-care eating, articulation of care with the multidisciplinary team and systematize the nursing records for continuity of care.