Fatores relacionados com a resiliência no cuidador familiar com doença de Alzheimer: Relatório de estágio em enfermagem de cuidados de saúde à família em contexto de USF

Publication year: 2023

Em Portugal, o envelhecimento demográfico associado ao aumento da esperança de vida, veio a aumentar as doenças, e consequente situação de dependência, relacionadas como o envelhecimento, no qual se destaca a demência de Alzheimer. Perante a situação de dependência dum familiar, as famílias são obrigadas a restruturar o seu funcionamento para incluir um novo papel- o de cuidador. Esta situação é um forte teste a resiliência familiar, que consiste na habilidade desta para desenvolver funcionalidade nas relações entre os seus membros perante uma crise (Wash, 2005), e compete ao enfermeiro de saúde familiar a capacitação da família para melhor responder a crises, pelo que importa conhecer os fatores relacionados com a resiliência do cuidador familiar. A resiliência, quer psicológica quer familiar, é um fator influente importante na adaptação de famílias de doentes com DA. Destaca-se o processo de comunicação dentro da família, que interage com o seu sistema de crença e padrão organizacional, funcionando como um fator benéfico ou crítico para a adaptação familiar. Neste contexto encerra o legado funcional do enfermeiro de saúde familiar, pois para além de ocupar posição privilegiada, que com a sua intervenção poderá capacitar o cuidador/família para a prestação de cuidados mais efetiva, alicerçando a nas forças da família e não nas vulnerabilidades da mesma. Sendo que, um forte sistema de crenças, a utilização dos recursos familiares e uma melhoria do padrão de organização podem traduzir uma maior estabilidade e coerência familiar, que leva a fortalecer a resiliência familiar. Isto pode, por sua vez, facilitar uma comunicação mais clara e mais aberta e melhorar a resolução de problemas, proporcionando às famílias a força para obterem uma adaptação positiva. Também o apoio social formal tem um impacto positivo na resiliência (onde os enfermeiros de família se destacam), pois os cuidadores que receberam forte apoio social tinham maior probabilidade de serem altamente resilientes. Pelo que, uma maior perceção sobre a resiliência do cuidador e seus fatores determinantes poderá facilitar a identificação precoce e precisa de cuidadores com níveis mais baixos de resiliência. Esta avaliação permitirá a implementação de intervenções numa abordagem sistémica e colaborativa, para ajudar os cuidadores/famílias a melhorar seu bem-estar e qualidade de vida.
In Portugal, demographic ageing associated with increased life expectancy has led to an increase in age-related illnesses and consequent dependency, particularly Alzheimer's dementia. Faced with the situation of dependency of a family member, families are forced to restructure their functioning to include a new role - that of carer. This situation is a strong test of family resilience, which consists of the family's ability to develop functionality in the relationships between its members in the face of a crisis (Wash, 2005), and it is up to the family health nurse to enable the family to better respond to crises, so it is important to know the factors related to family carer resilience. Resilience, both psychological and familial, is an important influencing factor in the adaptation of families of patients with AD. Of particular note is the communication process within the family, which interacts with its belief system and organisational pattern, acting as a beneficial or critical factor for family adaptation. In this context, the functional legacy of the family health nurse comes to an end, since, in addition to occupying a privileged position, their intervention can empower the carer/family to provide more effective care, building on the family's strengths rather than its vulnerabilities. positive adaptation. Formal social support also has a positive impact on resilience (where family nurses stand out), as carers who received strong social support were more likely to be highly resilient. Therefore, greater insight into carer resilience and its determining factors could facilitate the early and accurate identification of carers with lower levels of resilience. This assessment will allow interventions to be implemented using a systemic and collaborative approach to help carers/families improve their well-being and quality of life.