Estratégias de coping nos doentes com falência do enxerto renal

Publication year: 2018

Os progressos científicos e o desenvolvimento das sociedades humanas têm contribuído para o aumento da esperança média de vida culminando numa maior incidência de doenças incapacitantes, crónicas e progressivas. A adaptação conseguida pelos indivíduos aos períodos de transição entre saúde/doença é um indicador positivo das intervenções dos enfermeiros. A doença renal crónica afeta cerca de 8% da população adulta na Europa. Segundo a SPN (2016), existem em Portugal, 19700 doentes em terapia de substituição renal. O transplante renal é reconhecido como o tratamento de 1ª linha, no entanto, a rejeição pode acontecer. Alguns estudos demonstram que a rejeição do enxerto é uma experiência stressante. O processo coping constitui a mobilização de um esforço, através do qual os indivíduos irão empreender esforços cognitivos e comportamentais para gerir esse foco de stress. O presente relatório reflete as competências do enfermeiro especialista na área médico-cirúrgica, vertente da nefrologia e descreve intervenções desenvolvidas na diálise peritoneal, consulta de esclarecimento e opções, centro de transplante renal, hemodiálise e internamento tendo como foco principal o coping dos indivíduos às exigências da doença renal crónica. O estudo de investigação descrito neste relatório procurou identificar quais as estratégias, estilos e recursos de coping utilizados por indivíduos com a falência do enxerto, há pelo menos um ano. A amostra estudada recorre maioritariamente a estratégias coping centradas na resolução de problemas. Apresenta um estilo coping do tipo autoconfiante e otimista recorrendo à família e agentes de saúde para um coping positivo, eficaz ou funcional. As limitações do estudo relacionam-se com a amostra, pequena e circunscrita a um único centro de transplantação, não serem exploradas as causas da rejeição/falência do enxerto e não permitir a comparação entre a fase imediata e mais tardia da perda do transplante. Os resultados sugerem que o reconhecimento das estratégias, estilos e recursos coping podem ajudar os enfermeiros a delinear planos terapêuticos mais eficazes e personalizados.
Scientific progress and the development of human societies have contributed to an increase in the average life expectancy, culminating in a higher incidence of disabling, chronic and progressive diseases. The adaptation achieved by individuals to the transition periods between health and disease is a positive indicator of nurses' interventions. Chronic kidney disease affects about 8% of the adult population in Europe. According to the SPN (2016), there are 1,700 patients in renal replacement therapy in Portugal. Renal transplantation is recognized as 1st line treatment, however, rejection may occur. Some studies have shown that graft rejection is a stressful experience. The coping process is the mobilization of an effort, through which individuals will engage in cognitive and behavioral efforts to manage stresses. This report reflects the competencies of the nurse specialist in the medicalsurgical area, which deals with nephrology and describes interventions developed in peritoneal dialysis, consultation of enlightenment and options, renal transplantation center, hemodialysis and hospitalization, with the focus on coping of individuals with the requirements of chronic kidney disease. The research study described in this report sought to identify which strategies, styles and coping resources used by individuals with graft failure have been for at least a year. The studied sample uses mainly coping strategies focused on problem solving. It presents a self-reliant and optimistic coping style appealing to family and healthcare agents for positive, effective, or functional coping. The limitations of the study relate to the small, circumscribed sample at a single transplantation center, the causes of graft rejection / failure and the comparison between the immediate and late phase of transplant loss are not explored. The results suggest that recognition of coping strategies, styles, and resources can help nurses devise more effective and customized therapeutic plans.