Necessidades da família da pessoa em situação crítica: a relação terapêutica como intervenção especializada do enfermeiro
Publication year: 2018
O presente relatório decorre da implementação do Projeto de Estágio elaborado no
âmbito do Mestrado em Enfermagem à PSC. O seu propósito é analisar criticamente
o percurso realizado no que concerne ao crescimento pessoal e profissional, focando
as intervenções e atividades realizadas em contexto de estágio e que contribuíram
para o desenvolvimento das competências de mestre e de enfermeiro especialista.
A PSC encontra-se a viver uma situação de saúde/doença complexa, muitas vezes
de carácter emergente, que implica admissão num contexto de cuidados críticos. A
natureza desta situação tem impacto no seio da sua família, podendo comprometer a
sua dinâmica devido às relações que se estabelecem entre os elementos que a
compõem (Wright & Leahey, 2013). Desta experiência emergem cinco áreas de
necessidades (Leske,1991a) que desafiam a estabilidade desta unidade social.
Compreender a situação vivida pela família contribui para o entendimento da
complexidade da intervenção de Enfermagem. Para tal, recorreu-se à Teoria das
Transições (Meleis, Sawyer, Im, Hilfinger-Messias, & Schumacher, 2000) enquanto
guia orientador do percurso de aprendizagem.
A intervenção do enfermeiro poderá ser um desafio uma vez que a complexidade
da situação de saúde/doença da PSC implica dedicação na satisfação das
necessidades desta, sendo por isso muitas vezes relegadas para segundo plano as
necessidades da família (Sá, Botelho, & Henriques, 2015). Contudo, intervir junto da
família assume grande importância, dado que irá contribuir para a sua vivência,
ajudando-a na sua adaptação (Hashim & Hussin, 2012), mas também capacitando-a
a tomar uma posição ativa na recuperação da PSC (Hsiao et al., 2016).
A Relação Terapêutica é ponto de partida da intervenção do enfermeiro (Leske,
2002). Esta relação permite-lhe, em conjunto com a família, identificar precocemente
as necessidades desta, bem como satisfazê-las (Chalifour, 2008). As competências
relacionais e comunicacionais serão fundamentais para o sucesso desta relação,
ajudando na compreensão da situação vivida pela família e a intervir adequadamente.
This report stems from the implementation of the Internship Project elaborated in
the framework of the Masters degree in Critical Care Nursing. Its purpose is to critically
analyse the path that led to personal and professional growing, specifying the
interventions and activities carried out in practical context that contributed to the
development of masters and specialised nursing competences.
The critically ill patient is experiencing a complex health/disease situation, often of
an emergency nature, which requires admission in a critical care context. The nature
of this situation has an impact on the family and can compromise its dynamics due to
the relationships established between the family elements (Wright & Leahey, 2013).
From this experience five areas of need emerge (Leske, 1991a) that challenge the
stability of this social unit. Acknowledge the situation lived by the family leads to the
understanding of the complexity of the Nursing intervention. For this purpose, Theory
of Transitions (Meleis, Sawyer, Im, Hilfinger-Messias, & Schumacher, 2000) was
referenced as guide to this learning path.
The Nursing intervention can be a challenge due to the complexity of the health/
illness situation of the critically ill patient that implies dedication in the needs
satisfaction, therefore being the reason why family needs are often relegated (Sá,
Botelho, & Henriques, 2015). However, family intervention is of great importance, as it
will contribute to this experience, helping it to adapt (Hashim & Hussin, 2012), but also
enabling it to take an active participation in critically ill patient’s recovery (Hsiao et al.,
2016).
The Therapeutic Relationship is the starting point of the Nursing intervention (Leske,
2002). This relationship allows the nurse, together with the family, to identify the family
needs in an early stage, as well as satisfying them (Chalifour, 2008). The relational
and communicational competences will be fundamental to the success of this
relationship, helping to understand the situation lived by the family and to intervene
properly.