A cultura de segurança do doente na clínica de hemodiálise

Publication year: 2018

A cultura de segurança é entendida hoje como o produto dos valores individuais e de grupo, atitudes, competências e padrões de comportamento, que determinam o empenho na gestão e segurança de uma organização. Avaliar a perceção dos profissionais sobre a cultura de segurança do doente nas unidades onde trabalham é fundamental para implementar medidas que visem melhorar os resultados e alcançar a segurança e a qualidade nos cuidados prestados aos doentes. Assim, com a finalidade de produzir os primeiros indicadores da avaliação da cultura de segurança do doente numa Clínica de hemodiálise e, posteriormente, propor sugestões de melhoria, realizou-se um estudo quantitativo, observacional, descritivo e transversal, tendo-se recorrido ao Hospital Survey On Patient Safety Culture, com uma amostra não probabilística sequencial. Os objetivos propostos passam por conhecer qual a perceção dos profissionais de saúde sobre a cultura de segurança presente na Clínica de hemodiálise, comparar essa perceção entre as categorias profissionais e identificar quais as áreas onde se pode melhorar a cultura de segurança dessa mesma Clínica. A amostra (n=108) é constituída por Enfermeiros (49%), Auxiliares (24%), Médicos (18%), Administrativos (5%) e Técnicos (5%). Dos resultados obtidos evidencia-se que o “trabalho em equipa” (81%) é a dimensão mais forte da organização. Dimensões com avaliação positiva são “aprendizagem organizacional - melhoria contínua” (77%), “apoio à segurança do doente pela gestão” (75%) e “trabalho entre unidade” (75%).

As dimensões com necessidade de melhoria são:

"profissionais" (55%); "Frequência de notificação de erro" (58%); "Perceções gerais sobre a segurança do paciente" (72%); "Transições" (61%) e "expectativas e ações do supervisor / gestor que promovam a segurança do doente" (67%). A dimensão mais problemática/crítica encontrada no contexto é “resposta não punitiva ao erro” (37%). Tendo em conta que as dimensões fortes identificadas evidenciam a capacidade da organização e das equipas, é necessário utilizá-las para melhorar as áreas com necessidade de intervenção.
Safety culture is understood today as the product of individual and group values, attitudes, skills and behavioral patterns, which determine the commitment to the management and security of an organization. Evaluating the perception of professionals about the safety culture of the patient in the units where they work is fundamental to implement measures aimed at improving the results and achieving safety and quality in the care provided to patients. Thus, in order to produce the first indicators of the evaluation of the patient's safety culture in a Hemodialysis Clinics and subsequently to propose suggestions for improvement, a quantitative, observational, descriptive and cross-sectional study was carried out and the Hospital Survey On Patient Safety Culture, with a non-probabilistic sequential sample was used. The proposed objectives are to know the perception of health professionals about the safety culture present in the Hemodialysis Clinic, also to compare this perception among the professional categories and to identify the areas where the safety culture of this Clinic can be improved. The sample (n = 108) consists of Nurses (49%), Auxiliary (24%), Doctors (18%), Administrative (5%) and Technical (5%). From the results obtained it is evident that "teamwork" (81%) is the strongest dimension of the organization. Dimensions with positive evaluation are "organizational learning - continuous improvement" (77%), "patient safety support by management" (75%) and "work between units" (75%).

Dimensions considered in need of improvement are:

"professionals" (55%); "Frequency of notification of error" (58%); "General perceptions about patient safety" (72%); "Transitions" (61%) and "supervisor / manager expectations and actions that promote patient safety" (67%). The problematic / critical dimension found in the studied context is "non-punitive response to error" (37%). Considering that the strong dimensions identified demonstrate the capacity of the organization and the teams, it is necessary to use them to improve the areas in need of intervention.