Fadiga nos doentes renais crónicos em programa regular de hemodiálise

Publication year: 2018

A relação entre a doença renal crónica (DRC) e os fatores físicos e emocionais tem suscitado grande interesse nos últimos anos, especialmente em identificar a presença de fadiga, depressão e dependência na pessoa sujeita a terapia de substituição da função renal (TSFR), nomeadamente em hemodiálise. O estádio 5 da DRC é considerado terminal, pois a pessoa necessita de TSFR. Quando o tempo de espera para o transplante renal tornase longo, as pessoas com DRCT em TSFR podem começar a experimentar sinais e sintomas inerentes à doença prolongada, como sendo a fadiga, estados depressivos, e acentuar a dependência física. Este relatório descreve a forma como foram desenvolvidas as competências de enfermeiro especialista em enfermagem nefrológica, nas áreas de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. Relata ainda um estudo quantitativo e descritivo-correlacional, com uma amostra de 34 pessoas com DRCT em programa regular de hemodiálise. Os principais objetivos foram detetar a presença de fadiga nos DRC, verificar que impacto a fadiga causa nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais e relacionar a presença de fadiga com a anemia e a depressão, sendo utilizadas as escalas MFIS, inventário de Beck, índice de Katz e índice de Lawton&Brody. Os resultados do estudo mostram que a maioria dos sujeitos apresentava fadiga com um score global da MFIS superior a 38. A dependência funcional aparece no nível leve, moderado e grave em 35,28% da amostra. À medida que o nível de independência diminui, aumenta o nível de fadiga nas pessoas com DRCT em HD. Relativamente à depressão, 97,1% da amostra experimentava depressão leve a moderada, estando esta variável correlacionada com nível físico da fadiga. O estudo contribuiu para a realçar a importância da enfermagem no sentido de alargar os conhecimentos e oferecer cuidados de excelência baseados na evidência.
The relationship between chronic kidney disease (CKD) and physical and emotional factors has aroused great interest in recent years, especially in identifying the presence of fatigue, depression and dependence in the person undergoing renal function replacement therapy (TSFR), namely on hemodialysis. DRC stage 5 is considered terminal because the person needs TSFR. When the waiting time for kidney transplantation becomes long, people with ESRD in TSFR may begin to experience signs and symptoms inherent in prolonged illness, such as fatigue, depressive states, and accentuate physical dependence. This report describes how the competencies of specialist nurses in nephrological nursing were developed in the areas of hemodialysis, peritoneal dialysis and renal transplantation. It also reports a quantitative and descriptive-correlational study, with a sample of 34 people with ESRD in a regular hemodialysis program. The main objectives were to detect the presence of fatigue in CKD, to verify the impact of fatigue on daily activities and instrumental activities and to relate the presence of fatigue with anemia and depression, using the MFIS scales, Beck inventory, Katz index and Lawton & Brody index. The results of the study show that most of the subjects presented fatigue with an overall score of MFIS greater than 38. Functional dependence appears in the mild, moderate and severe level in 35,28% of the sample. As the level of independence decreases, the level of fatigue in people with HDCT increases. Concerning depression, 97,1% of the sample experienced mild to moderate depression, being this variable correlated with physical level of fatigue. The study has helped to highlight the importance of nursing in broadening knowledge and delivering evidence-based care of excellence.