Atendimentos realizados por times de respostas rápidas em hospitais
Care by rapid response teams in hospitals
Publication year: 2017
A segurança do paciente tornou-se indispensável para o sistema de saúde, portanto iniciativas vêm sendo implantadas, no decorrer dos anos, com vistas a reduzir os eventos adversos. A atuação do time de resposta rápida (TRR) consolida-se como estratégia para prover atendimento ao paciente que apresente sinais de deterioração clínica no setor de internação geral em hospitais. O serviço é formado por equipe multiprofissional capacitada para prestar tratamento intensivo ao paciente com quadro de deterioração clínica aguda no setor de internação, por meio de códigos (amarelo e azul) instituídos para seu acionamento, com vistas a reduzir a probabilidade de agravamento do quadro clínico ou risco de óbito imediato do paciente, durante o seu período de hospitalização. O estudo objetiva caracterizar as exigências críticas nos atendimentos emergenciais realizados por TRR, em um hospital público no estado do Paraná e um filantrópico no estado de São Paulo. Pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa, com utilização da Técnica do Incidente Crítico como guia do processo metodológico, realizada por meio de entrevistas com 19 médicos, 20 fisioterapeutas e 23 enfermeiros. Os resultados encontrados foram agrupados em 89 incidentes críticos extraídos das entrevistas. A análise dos dados constou da identificação e do agrupamento de 220 comportamentos e 130 consequências. A partir das situações, comportamentos e consequências identificadas, destacam-se a necessidade da melhoria na via aferente do TRR (reconhecimento da deterioração clínica e acionamento do TRR na unidade), a capacitação dos profissionais das unidades de internação para exercer as habilidades técnicas iniciais necessárias frente ao atendimento de emergência até a chegada do TRR, a falha na interação entre os diversos profissionais durante o atendimento do código azul com prejuízo na sistematização do atendimento de emergência para reverter o quadro de parada cardiorrespiratória dos pacientes e os sentimentos e emoções negativas geradas nos profissionais como dificultadores dos atendimentos emergenciais em código azul. Em relação aos destaques positivos a partir das situações, comportamentos e consequências identificados, ressaltam-se o tempo de chegada do TRR na unidade para realizar o atendimento de emergência, a sistematização do atendimento de reanimação cardiopulmonar realizada pela equipe multiprofissional, o restabelecimento das funções vitais do paciente após o atendimento e a sua transferência após a finalização do atendimento da unidade de internação para um ambiente de cuidados intensivos. Como principais sugestões ao TRR, os entrevistados pontuaram a importância da capacitação de atendimento de emergência aos profissionais das unidades de internação, a necessidade de mantê-los atuando exclusivamente no TRR, o número adequado de profissionais no quarto durante o atendimento de emergência e a importância do registro em prontuário do paciente sobre a decisão de não reanimação frente aos cuidados paliativos. Destaca-se a expressiva frequência dos resultados positivos comparados aos negativos que permearam as situações, comportamentos e consequências decorrentes das entrevistas. Infere-se que mesmo ocorrendo dificuldades, enfrentadas por esses profissionais durante os atendimentos realizados aos pacientes que se tornam críticos nas enfermarias, predominaram os relatos positivos nas diversas categorias que legitimaram a importância da implantação desse serviço, como contribuição à qualidade e segurança dos que estão hospitalizados
Patient safety has become indispensable for the health system. Therefore, initiatives have been implemented over the years to reduce adverse events. The performance of the Rapid Response Team (RRT) has been consolidated as a strategy to provide care to patients who get in critical conditions at the general hospital admission unit. The service is constituted by a multiprofessional team with an approach in the intensive treatment of patients with signs of acute clinical deterioration in the inpatient unit, through codes established for its activation, in order to reduce the probability of worsening of the clinical condition or imminent death risk of the patient during the hospitalization period. The study aims to characterize the critical requirements in emergency care provided by the RRT at a public hospital in the state of Paraná and a philanthropic hospital in the state of São Paulo, Brazil. This is a descriptive, exploratory study with a qualitative approach, adopting the Critical Incident Technique to guide the methodological procedures, performed with 62 health professionals, being 19 physicians, 20 physiotherapists and 23 nurses. The results were grouped into 89 critical incidents extracted from the interviews. Data analysis consisted of the identification and grouping of 220 behaviors and 130 consequences. Based on the situations, behaviors and consequences identified, there is a need to improve the afferent pathway of RRT (recognition of clinical deterioration and activation of the RRT in the unit), the qualification of the professionals of the inpatient units to perform the necessary initial technical skills in the emergency response until the arrival of the RRT, the failure in the interaction among the different professionals during blue-code care with negative effects for the systematization of emergency care to revert the patients' CPA and the negative feelings and emotions generated in the professionals as impediments to code-blue emergency care. Regarding the positive highlights from the situations, behaviors and consequences identified, the arrival time of the RRT in the unit to perform the emergency care, the systematization of the cardiopulmonary resuscitation service performed by the multiprofessional team, the restoration of the patient's vital functions after the care and transfer of the patient after the end of the care from the inpatient unit to an intensive care environment. As the main suggestions to the RRT, the interviewees pointed out the importance of emergency care training for the professionals of the inpatient units, the need to keep the professionals working exclusively in the RRT, the appropriate number of professionals in the room during emergency care and the importance of registering the patient's decision not to reanimate in the patient file in view of palliative care. The significant frequency of positive over negative results was highlighted, which permeated the situations, behaviors and consequences deriving from the interviews. It is inferred that, even though these professionals encountered difficulties during the visits to patients who became critical in the wards, the positive reports predominated in the various categories that legitimized the importance of implementing this service, as a contribution to the quality and safety of hospitalized patients