Gestão da dor na pessoa em situação crítica impossibilitada da sua autoavaliação: uma intervenção especializada de enfermagem
Publication year: 2018
Embora seja um tema atual, sujeito a instituição de normas e atualizações
constantes (Ordem dos Enfermeiros, 2008), a dor contínua a ser um problema de
saúde (Stites, 2013). A maioria das situações de cuidados de saúde têm dor
associada, cabendo aos profissionais desenvolver uma abordagem eficaz (DireçãoGeral da Saúde, 2003). A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional
desagradável (International Association for the Study of Pain, 2010). Esta definição
remete-nos para a natureza subjetiva da dor, o que justifica privilegiar a autoavaliação
como melhor forma de avaliação (Rahu et al., 2015). Quando se trata de uma pessoa
em situação crítica, submetida a ventilação mecânica invasiva, sedada e/ou
inconsciente, a autoavaliação da dor fica comprometida, verificando-se um risco
acrescido de inadequada gestão da dor (Doran, 2011; Herr & Mccaffery, 2011).
O enfermeiro tem não só o dever de avaliar a dor na pessoa em situação crítica,
como também de identificar e planear intervenções adequadas ao seu controlo
intervindo na sua gestão (Ordem dos Enfermeiros, 2008).
Com o objetivo de desenvolver competências especializadas de enfermagem
no cuidado à pessoa em situação crítica impossibilitada de autoavaliar a dor, foi
realizado um estágio em dois contextos de saúde: serviço de urgência e unidade de
cuidados intensivos. O presente relatório pretende revelar este percurso formativo,
através da descrição, análise e reflexão das atividades realizadas, bem como as
principais competências desenvolvidas, nomeadamente, basear a práxis clínica em
sólidos padrões de conhecimento, promover a melhoria contínua da qualidade dos
cuidados, prestar cuidados à pessoa em situação emergente e na antecipação da
instabilidade e risco de falência orgânica e demonstrar conhecimentos e habilidades
na gestão diferenciada da dor e do bem-estar da pessoa em situação crítica,
otimizando as respostas.
O referencial Teórico do Conforto de Katharine Kolcaba norteou este percurso
de desenvolvimento de competências em enfermagem.
Although it is a current topic, subject to institution of norms and constant updates
(Ordem dos Enfermeiros, 2008), pain is still an health problem (Stites, 2013).
Most health care actions have associated pain, and it is up to practitioners to
develop an effective approach (Direção-Geral da Saúde, 2003).
Pain is defined as an unpleasant sensory and emotional experience
(International Association for the Study of Pain, 2010). This definition refers us to the
subjective nature of pain, which justifies privileging the self-assessment as the best
form of evaluation (Rahu et al., 2015). When it comes to a critical ill patient, undergoing
invasive mechanical ventilation, sedated and/or unconscious, self-assessment of pain
is compromised and there is an increased risk of inadequate pain management (Doran,
2011; Herr & Mccaffery, 2011).
The nurse has not only the duty to evaluate the pain in the critical ill patient, but
also to identify and plan interventions appropriate to their control, according to the skills
that allow them to intervening in their management (Ordem dos Enfermeiros, 2008).
With the objective of developing specialized nursing skills in the care of the
critically ill person unable to self-assess pain, an internship was carried out in two
health contexts: Urgency Department and Intensive Care Unit. This report intends to
reveal this formative course, through the description, analysis and reflection of the
activities carried out, as well as the main competences developed, namely to base
clinical practice on solid knowledge standards, to promote continuous improvement of
quality of care, to provide care the person in an emergent situation and anticipating the
instability and risk of organic failure and demonstrate knowledge and skills in the
differentiated management of the pain and well-being of the critical ill patint, optimizing
the responses.
The theoretical framework of Katharine Kolcaba's Comfort guided this
development of nursing competences.