A comunicação de más notícias: análise do treinamento de habilidades para profissionais de saúde
Communication of bad news: analysis of skills training for health professionals
Publication year: 2017
Estudo quase experimental, com grupo de intervenção avaliado antes e após o procedimento, com o objetivo de capacitar os profissionais da saúde para as situações de comunicação de más notícias aos pacientes e aos seus familiares, por meio de um curso de difusão gratuito, com duração de cinco horas. Participaram 79 profissionais da saúde, entre enfermeiros, estudantes de enfermagem, biólogos, farmacêuticos, estudantes de medicina, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.
Foram utilizados como instrumentos de pesquisas:
1) o questionário Breaking Bad News sobre o protocolo SPIKES, que possui 13 questões objetivas. Este questionário foi analisado pela distribuição da porcentagem de respostas para cada questão; 2) o questionário de avaliação do curso de más notícias composto por 43 questões objetivas. Para a análise das variáveis quantitativas foram utilizadas as médias e as medianas para resumir as informações, e os desvios-padrão, mínimo e máximo, para indicar a variabilidade dos dados, além da porcentagem. A comparação entre as pontuações dos participantes na primeira e na segunda avaliação de habilidades de comunicação foi realizada pelo teste estatístico de McNemar. O teste estatístico não paramétrico Mann-Whitney foi utilizado para comparar a relação entre a idade dos participantes e as respostas do questionário de avaliação do curso de más notícias. A comparação entre a idade e a pontuação total dos participantes na avaliação de conteúdo do curso foi feita pelo coeficiente de correlação de Spearman. Para todos os testes assumiu-se o nível de significância em 5%. A idade dos participantes variou entre 18 e 55 anos, sendo a maioria do sexo feminino (83,5%) e da área da enfermagem (53,2% profissionais e 24,1% estudantes). Ademais, 57% dos participantes nunca tiveram qualquer formação sobre transmissão de más notícias, porém mesmo após este curso, oito pessoas continuaram afirmando que não tiveram formação alguma. A autoavaliação da capacidade de informar uma má notícia no pré-teste foi considerada boa por 18,2%; 20,8% consideraram-se ruins e 6,5%, péssimos, enquanto que o pós-teste 42,8% consideraram-se bons, 11,7%, ruins e 2,6%, péssimos. O conforto do profissional neste momento variou de 21,8% para 7,7% no item absolutamente desconfortável, e de 6,4% para 14,1% no item confortável. Após o conhecimento sobre o protocolo SPIKES, 92,3% acreditam em sua aplicabilidade na prática clínica.Quanto à estratégia utilizada pelos entrevistados em sua prática clínica, o item mostrou que "um plano ou estratégia consistente" apresentou frequências de 21,9% no pré-teste e 51,56% no pós-teste. Os elementos do protocolo SPIKES apontados como de maiores facilidades entre os participantes no pré-teste foi o local da notícia e a verificação da compreensão de tudo o que foi dito, 30,6% e 28,6%, ao passo que no pós-teste o item mais escolhido foi a escolha do ambiente (53,06%). A relação entre idade e conhecimento do protocolo SPIKES teve apenas um item que apresentou significância. Concluiu-se, portanto, que o treinamento de habilidades de comunicação de más notícias atingiu seus objetivos melhorando o conhecimento e a aptidão dos profissionais da saúde. Evidenciou-se também que a educação em comunicação na área da saúde mantém-se falha, bem como é escassa a difusão de protocolos que abarquem esta difícil tarefa destinada aos profissionais da saúde. O pós-teste mostrar-se-ia mais eficaz caso fosse aplicado após o retorno dos profissionais aos seus pacientes e o uso das técnicas apreendidas. Sugerimos a adoção de educação permanente aos atuantes na área da saúde
A quasi-experimental study with an intervention group evaluated before and after the procedure, in order to enable health professionals to communicate bad news to patients and their families through a free course of five hours duration. We evaluated 79 health professionals, including nurses, nursing students, biologists, pharmacists, medical students, psychologists, social workers and occupational therapists.