Publication year: 2022
Introdução:
Mulheres que vivem no contexto do HIV/aids enfrentam muitos desafios, que interferem contundentemente em suas vidas. Entre eles, o conhecimento e crenças sobre a infecção, influenciando comportamentos e percepção quanto ao risco da infecção pelo HIV. O estudo foi conduzido com base no referencial teórico Modelo de Crenças em Saúde. Objetivo:
Avaliar a efetividade de intervenção educativa em grupo e por telefone com mulheres vivendo com HIV/aids relativa ao conhecimento e crenças sobre a prevenção da transmissão sexual do HIV. Método:
Estudo misto, realizado em duas fases. Primeira fase - estudo metodológico com construção e validação de mensagens educativas, com duas etapas: na primeira, sistematização e composição do conteúdo; na segunda, validação de conteúdo por 11 especialistas e 12 mulheres da população-alvo. Segunda fase - estudo quase-experimental tipo antes e depois, com recrutamento dos sujeitos da pesquisa, realização das intervenções educativas e avaliações. A pesquisa ocorreu no Serviço de Assistência Especializada (SAE) em Infecções Sexualmente Transmissíveis e HIV/aids de novembro de 2020 a agosto de 2021 em Maceió, Alagoas. A amostra foi constituída por 151 mulheres vivendo com HIV/aids, com seguimento ambulatorial no SAE. As intervenções foram aplicadas durante dois meses, sendo uma avaliação e em seguida a primeira intervenção presencial. A segunda intervenção ocorreu por meio de oito mensagens semanais via WhatsApp, e a terceira, no segundo e último encontro presencial ou remoto, antes da última avaliação. Os dados do instrumento foram digitados e exportados para um banco de dados definitivo, usando o programa Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 26.0. Todas as análises foram feitas com o programa R (R Core Team, 2021) com um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - EERP/USP sob n. 3.774.448 e 4.692.425. Resultados:
Primeira fase: quanto à validação de conteúdo por especialistas e população-alvo, a concordância geral dos experts de 85,2% quanto à clareza das mensagens e 95,0% quanto à relevância dos temas. Para 11 participantes da população-alvo (91,67%), as mensagens eram muito boas e fáceis de entender. Segunda fase:
97,4% das participantes eram cisgênero, com faixa etária de 18 a 58 anos; 55,6% se consideravam pardas, 32,5% possuíam ensino fundamental, a maioria estava desempregada e 68,8% possuíam renda mensal de 1 a 3 salários mínimos. 88,7% tinham parceiro fixo, 55%, parceiros sorodiscordantes, 91,4% utilizam alguma forma de prevenção e 65,5% revelaram o diagnóstico a sua parceria. A adesão ao tratamento obteve, após as intervenções, aumento em 53% dos itens, segundo o Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antiretroviral (CEAT-VIH). Houve aumento dos níveis de acertos em todas as variáveis de conhecimento sobre risco de transmissão sexual do HIV e nos domínios do modelo de crenças em saúde houve aumento dos acertos na maioria (80%) dos domínios. Conclusão:
As intervenções realizadas aumentaram os níveis de acertos das variáveis do estudo e modificaram o conhecimento e as crenças de maneira positiva, podendo influenciar no comportamento preventivo das mulheres vivendo com HIV.
Introduction:
Women living in the context of HIV/AIDS face many challenges, which strongly interfere in their lives. Among them, knowledge and beliefs about the infection stand out, influencing behaviors and perception of the risk of HIV infection. Objective:
To assess the effectiveness of a group and telephone educational intervention with women living with HIV/AIDS regarding knowledge and beliefs about the prevention of sexual transmission of HIV. Method:
It was carried out in two phases. First phase - methodological study with construction and validation of educational messages, with two stages: in the first, systematization and composition of the content; in the second, content validation by 11 experts and 12 women from the target population. Second phase - quasi-experimental before-and-after study, in which research subjects were recruited, educational interventions and evaluations were carried out. The research took place at the Specialized Assistance Service (SAE) in Sexually Transmitted Infections and HIV/AIDS from November 2020 to August 2021 in the city of Maceió, Alagoas. The sample consisted of 151 women living with HIV/AIDS, who were undergoing outpatient follow-up at the SAE. The interventions were applied over a period of two months, with an evaluation and then the first face-to-face intervention. The second intervention took place through eight weekly messages via WhatsApp, and the third intervention took place in the second and last face-to-face or remote meeting, before the last assessment. The instrument data were entered and exported to a definitive database, using the Statistical Package for Social Science (SPSS) program, version 26.0. All analyzes were performed using the R program (R Core Team, 2021) with a significance level of 5%. Results:
First phase: regarding the validation of content by experts and the target population, a general agreement of the experts of 85.2% was obtained regarding the clarity of the messages and 95.0% regarding the relevance of the topics addressed, while 11( 91.67%) of the target population responded that the messages were very good and easy to understand. Second phase:
97.4% of the participants were cisgender, aged between 18 and 58 years old, 55.6% considered themselves brown, 32.5% had elementary school, most were unemployed and 68.8% had an income monthly from 1 to 3 minimum wages. 88.7% had a steady partner, 55% had serodiscordant partners, 91.4% use some form of prevention and 65.5% revealed the diagnosis to their partner. Adherence to treatment by women increased by 53% after the interventions, according to the Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antiretroviral (CEAT-HIV). After the interventions, there was an increase in the levels of correct answers in all variables of knowledge about the risk of sexual transmission of HIV. In the domains of the health beliefs model, there was an increase in correct answers in the majority (80%) of the domains after the interventions. Conclusion:
It was evidenced that the educational interventions performed increased the levels of correctness of the study variables. It is understood that these interventions modified knowledge and beliefs in a positive way, and could influence the preventive behavior of women living with HIV